Tendências do dia

Café de cocô realmente é mais gostoso: cientistas explicam o que diferencia esta iguaria que pode custar R$ 400 a xícara do grão tradicional

Iguaria é extraída das fezes de civeta, animal do sul e sudeste asiático

Getty Images/Pakawat Thongcharoen
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
barbara-castro

Bárbara Castro

Redatora
barbara-castro

Bárbara Castro

Redatora

Jornalista com pós-graduação em Cinema que passava as tardes vendo Cartoon Network e History Channel quando criança. Coleciona vinis, CDs e jogos do Nintendo DS e 3DS (e estantes que não cabem mais livros). A primeira memória com um computador é de ter machucado o dedo em uma ventoinha enquanto um de seus pais estava montando um PC.

41 publicaciones de Bárbara Castro

O Café Civeta, também chamado de Kopi Luwak, é uma das maiores iguarias no mundo do café. Extraído das fezes desses pequenos mamíferos presentes no sul e sudeste asiático, uma xícara pode chegar a custar até R$ 400, tornando-o um dos cafés mais caros do mundo. Apesar de exótico, a ciência tem uma justificativa do motivo dele ser tão delicioso em comparação com grãos tradicionais que não passam por esse "tratamento". 

Publicado no Scientific Reports, pesquisadores revelaram que o grão que passa pelo sistema digestivo das civetas (ou musang) ganham algumas propriedades "a mais", como o aumento do teor de gordura e das concentrações de certos compostos aromáticos, tornando o sabor do café muito mais único. 

Assim como o café de jacu, no Brasil, o grão é extraído das fezes desses animais e passam pela moagem. No entanto, a ciência ainda não sabe explicar o que de fato acontece no processo de fermentação dentro do sistema digestivo das civetas. Algumas pesquisas anteriores sugeriram que se trata da Gluconobacter, um gênero de bactéria encontrado nas fezes de civetas, mas não nas de outros animais.

Getty Images/Nikolay81 Getty Images/Nikolay81

O que sabemos, por essa nova pesquisa, é que o grão de café das civetas têm maior teor de gordura e níveis mais elevados de dois ésteres metílicos de ácidos graxos: éster metílico do ácido caprílico e éster metílico do ácido cáprico. Além disso, o grão apresenta níveis mais baixos de proteína e cafeína em comparação aos grãos tradicionais, o que pode explicar o baixo amargor do café em comparação com outros.

No entanto, a pesquisa alerta que é apenas algo preliminar, e também leva em conta que os grãos utilizados não foram torrados, o que poderia mudar o gosto do café. 

Capa da matéria: Getty Images/Pakawat Thongcharoen

Inicio