Em meados da década de 1960, a Renault pensava em substituir sua principal linha de modelos, o sedã familiar R10, lançado em 1965 para complementar a gama R8. Desta vez, não se tratava mais de alongar os balanços dianteiro e traseiro, uma fórmula de sucesso na época, como o Peugeot 304 poderia comprovar, mas sim de mudar tudo.
O Renault 12 optou pelo motor dianteiro e por uma arquitetura de tração dianteira, enquanto seu antecessor tinha o motor na traseira. O R12 chegou ao mercado em setembro de 1969 e ascendeu ao primeiro lugar na França, à frente dos rivais Citroën GS, Peugeot 304 e Simca 1301, em 1973. Vale ressaltar que o "12", que substituiu o Renault 10, recebeu esse nome devido à cilindrada do seu motor Cléon Fonte, de 1.289 cm³. Por outro lado, o "esportivo" R12 Gordini contava com um motor Cléon Alu de 1.565 cm³, o mesmo utilizado em seu irmão maior, o R16 TS.
Grande carreira internacional para o Renault 12
Quase 4,1 milhões de unidades foram vendidas no mundo todo | Imagem: Renault
Na década de 1970, o Renault 12 foi o carro francês mais fabricado no exterior, principalmente na Austrália (sob o nome Renault Virage), África do Sul, Argentina, Canadá, Colômbia, Costa do Marfim, Espanha, Portugal, Irlanda, Madagascar e Marrocos. No total, quase 4,1 milhões de unidades – quase metade delas na Romênia (mais detalhes abaixo) – foram produzidas em 10 fábricas: Flins, na França; Valladolid, na Espanha; Santa Isabel, na Argentina; Envigado, na Colômbia; Bursa, na Turquia; Novo Mesto, que na época pertencia à Iugoslávia (atualmente na Eslovênia); Aïn Sebaâ, no Marrocos; Montevidéu, no Uruguai; Los Andes, no Chile; e Ciudad Sahagún, no México.
Em 1975, quando chegou à Europa Ocidental, a precisão era fundamental, e, na metade de sua trajetória, o Renault 12 passou por uma reestilização. O modelo encerrou silenciosamente sua missão em 1980, cedendo seu lugar na linha de produção para o Renault 18.
Mas na Argentina, o Renault 12 continuou fazendo sucesso até 1994. Na Turquia, renomeado Renault Toros, teve sua produção estendida até 2000. O Renault 12 também foi comercializado no Brasil pela Ford sob o nome de Corcel – uma perua de três portas – até meados da década de 1980, servindo também como base para uma picape comercializada até 1997, a Ford Pampa. Mas o prêmio de longevidade vai para a Romênia, onde continuou sua trajetória discretamente até 2006.
Quando a Dacia substitui a Renault
Em 2004, enquanto Renault Mégane 2 estava em catálogo, a Romênia ainda tratava com o R12, ou Dacia 1300 | Imagem: Dacia
Nos Cárpatos, a linha do Renault 12 local, renomeado Dacia 1300, é uma verdadeira festa. O sedã Dacia 1300 é acompanhado pelo sedã Dacia 1310, uma versão mais elegante caracterizada por uma grade com quatro faróis redondos. A partir de 1987, para trazer um pouco de modernidade, surgiu o Dacia 1320 – então Dacia Liberta, o Renault 12 em versão Sportback – com sua carroceria hatchback, mas não obteve sucesso.
Também foi oferecido como cupê, o Dacia Sport 1310 e 1410, além de perua e picape. Este último era um veículo utilitário basculante disponível em versões cabine simples e dupla, com tração 4x2 e 4x4. Em 1984, simultaneamente à reformulação do Renault 18 na Romênia, todos os Dacias da família 1300 receberam uma nova grade com quatro faróis redondos. Os dois últimos carros (um sedã e uma perua) saíram da linha de produção no final de 2004 – quando a Renault Magane II estava no comando – após 1.959.730 unidades produzidas em 35 anos. O Dacia 1300 foi substituído pelo Dacia Logan. Já as versões picape foram produzidas até o final de 2006. 37 anos de bons e leais serviços para o R12!
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