Guerra declarada no Vale do Silício: o acordo da Disney com a OpenAI que pode custar caro ao Google

A gigante do entretenimento arma uma ofensiva dupla: parceria bilionária com a OpenAI e pressão jurídica que coloca o Google na linha de fogo

Crédito de imagem: Steamboat Willy
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João Paes

Redator
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João Paes

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Escreve sobre tecnologia, games e cultura pop há mais de 10 anos, tendo se interessado por tudo isso desde que abriu o primeiro computador (há muito mais de 10 anos). 

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O dia começou com a Disney anunciando um acordo bilionário com a OpenAI para liberar suas propriedades intelectuais no Sora — a plataforma de vídeos gerados por IA da criadora do ChatGPT. Mas, enquanto alguns celebravam Mickey e Darth Vader entrando oficialmente no playground da inteligência artificial, um movimento paralelo acendeu um alerta vermelho em Mountain View: a Disney enviou um cease-and-desist ao Google horas antes do anúncio.

Segundo o Ars Technica e a Variety, o documento acusa o Google de violação de direitos autorais ao permitir que suas ferramentas de IA — incluindo sistemas internos e até o YouTube — gerem imagens e vídeos baseados em franquias como Frozen, Star Wars, Toy Story, Moana, Lilo & Stitch e o MCU. Em outras palavras: tudo aquilo que, a partir de agora, só poderá ser usado oficialmente via Sora e ChatGPT Images.

O recado jurídico não economiza na contundência: a Disney exige que o Google interrompa imediatamente qualquer uso, exibição, distribuição ou criação de obras derivadas envolvendo seus personagens. E, embora a carta não cite explicitamente o gerador Nano Banana, ela menciona imagens de miniaturas produzidas por IA que viralizaram — e até lembra que Sundar Pichai surfou na tendência, o que teria amplificado a infração entre usuários.

De acordo com Bob Iger, a Disney já conversava com o Google há meses para tentar resolver o problema de forma amigável. Sem avanços, decidiu apertar o botão vermelho no mesmo dia em que fechou a aliança histórica com a OpenAI — uma coincidência que, no mínimo, parece estratégica.

O Google respondeu dizendo que mantém uma “relação longa e benéfica” com a Disney e que seguirá dialogando. A empresa também justificou o uso de “dados públicos da web” para treinar seus modelos, citando ferramentas como o Google-extended e o Content ID.

O recado, porém, é claro: a Disney escolheu um lado na guerra de IA — e esse movimento pode custar caro ao Google num momento em que cada personagem, cada frame e cada pixel virou munição no campo de batalha da próxima era do entretenimento digital.



Crédito de imagem: Steamboat Willy

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