A Coca-Cola tomou uma decisão histórica e tem veredicto para seu futuro: o maior cargo da gigante global agora pertence a um brasileiro

Henrique Braun assume a missão máxima da companhia após quase 30 anos de ascensão meteórica

Crédito de imagem: Coca-Cola
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João Paes

Redator
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João Paes

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Escreve sobre tecnologia, games e cultura pop há mais de 10 anos, tendo se interessado por tudo isso desde que abriu o primeiro computador (há muito mais de 10 anos). 

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A Coca-Cola acaba de escrever um capítulo raro — e extremamente simbólico — na história de seus mais de 130 anos: a presidência mundial da companhia, um dos cargos mais influentes do planeta corporativo, agora está nas mãos de um brasileiro. Henrique Braun, executivo que praticamente cresceu dentro do sistema Coca-Cola, assume o posto de CEO global em 31 de março de 2026, sucedendo James Quincey. Para além do impacto óbvio, a escolha reflete algo ainda maior: uma guinada estratégica em direção a lideranças com experiência multirregional, forte leitura de mercado e capacidade de tocar operações globais em ritmo de blockbuster.

Braun, que nasceu na Califórnia, mas foi criado no Brasil, tem sua história bastante atrelada à gigante de refrigerantes. Engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), sua trajetória acadêmica ainda conta com mestrado na Michigan State University e MBA na Georgia State. Mas foi em 1996, já como trainee na área de Engenharia Global em na Coca-Cola em Atlanta, que começou a pavimentar o caminho que agora chega ao seu ápice.

Desde então, o executivo praticamente colecionou passaportes corporativos: passou por operações nos Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina, sempre assumindo funções cada vez mais amplas. Entre 2013 e 2016, comandou a operação da Coca-Cola para Grande China e Coreia — um dos mercados mais desafiadores e competitivos do mundo. Depois, assumiu a presidência da Coca-Cola Brasil entre 2016 e 2020, período em que reforçou categorias estratégicas e ampliou investimentos em inovação. Na sequência, liderou toda a divisão da América Latina até 2022.

A partir daí, veio a fase global: Braun se tornou presidente de Desenvolvimento Internacional, passando a supervisionar operações que cobriam praticamente metade do globo — da América Latina ao Japão, do Sudeste Asiático à África, da Índia ao Oriente Médio. Em 2024, virou vice-presidente executivo. Em 2025, COO global. E agora, CEO.

A decisão do conselho não é apenas um reconhecimento pela carreira. É também resposta a um setor em transformação acelerada, marcado por mudanças no comportamento do consumidor, pressões logísticas e uma corrida feroz por relevância em mercados saturados. Sob Quincey, a Coca-Cola ampliou o foco em bebidas sem açúcar, produtos premium e um portfólio mais diverso — incluindo leite, café, água com gás e energéticos. As ações da empresa subiram quase 63% desde 2017.

Braun já deixou claro seu plano: dar continuidade ao impulso atual, aprofundar iniciativas estratégicas e fortalecer ainda mais a parceria com engarrafadores. “Trabalharemos para desbloquear o crescimento futuro em parceria com nossos engarrafadores", afirmou Braun em comunicado divulgado pela empresa.



Crédito de imagem: Coca-Cola

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