Fabrício Mainenti
RedatorFabricantes que começam criando um tipo de produto eletrônico acabam produzindo muitos outros à medida que se consolidam no mercado. E os celulares são muito atraentes para as marcas, inclusive para aquelas que fabricam aspiradores de pó: a Dreame confirmou que lançará sua própria linha de smartphones. O primeiro já recebeu certificação.
Dreame Space, a próxima linha de celulares
A marca se estabeleceu no segmento de aspiradores de pó robóticos com um catálogo diversificado e hardware de altíssima qualidade. A partir daí, diversificou seus produtos para outros eletrodomésticos, de forma semelhante ao que a Xiaomi fez com seu ecossistema. Portanto, o próximo passo era inevitável.
Dreame X50 Master
Como a marca confirmou em setembro através de seu canal no Weibo, o Dreame Space será o ponto de partida para seus smartphones. Eles serão baseados no Android e, considerando que a Dreame já certificou seu primeiro telefone na Rússia, tudo indica que o Space será uma linha internacional. Entramos em contato com a Dreame para confirmar essa informação.
Um aparelho de gama média com um toque Samsung
De acordo com os diagramas e especificações de certificação, o telefone, chamado Dreame E1 (W5110), terá uma bateria de 5.000 mAh, uma câmera traseira tripla com uma combinação de 108/2/2 megapixels (sem lente grande angular), uma tela de 6,67 polegadas e um slot para cartão microSD. O design é bastante similar ao de um Samsung Galaxy A básico, pelo menos com base no diagrama divulgado.
O Dreame E1 vazou. Imagem de mt.today
Entrando no mercado de dispositivos móveis pelo segmento acessível
A Dreame fabrica alguns dos melhores aspiradores robóticos, não apenas por sua capacidade de sucção: a empresa desenvolveu um software de navegação guiado por IA que rivaliza com os melhores do mercado. E parece que eles preferem entrar no segmento de smartphones de forma discreta.
O ecossistema da Dreame é extenso na China e está começando a se expandir também na Europa. Seu compromisso com alto desempenho e componentes de qualidade é aliado à inovação. Por isso, é surpreendente que a marca esteja sendo tão conservadora com seu primeiro smartphone, pelo menos com base no que sabemos até agora: presumivelmente barato e sem recursos inovadores.
Ecossistema de eletrodomésticos da Dreame
Como a Xiaomi, mas ao contrário
Enquanto a Xiaomi começou com celulares para expandir seu ecossistema para o lar, a Dreame está adotando a abordagem oposta. Ambas as empresas compartilham a mesma estratégia: criar um universo conectado para fidelizar os usuários e mantê-los engajados. Exatamente o que a Xiaomi faz com o Mijia.
A incursão da Dreame no mercado de smartphones significa que a marca criará uma linha de produtos centrada na comunicação. Celulares, sim, mas também fones de ouvido, baterias, carregadores, capas... Tudo interconectado para fidelizar os usuários que inicialmente buscavam um aspirador de pó, compraram uma máquina de lavar e acabaram completando sua coleção de eletrodomésticos com uma televisão.
O hardware é apenas o pretexto
A estratégia da Dreame é compartilhada pela maioria das marcas chinesas: inundar o mercado com o máximo de produtos possível. E focar no smartphone: o negócio está em monopolizar a experiência doméstica, não apenas em vender um único eletrodoméstico.
Quanto mais produtos temos de uma determinada marca, mais difícil é trocar. Além disso, os smartphones oferecem acesso a experiências adicionais, como serviços pagos ou assinaturas de upgrade para outros produtos. É uma situação vantajosa para todos.
Imagem da capa | Iván Linares
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