A Geração Z tem sido estereotipada como pouco poupadora. Mas a realidade é bem diferente: uma nova pesquisa nos EUA mostra que, naquele país, quase metade desses jovens já precisou recorrer às suas economias para pagar dívidas e cobrir emergências. Muitos também pulam refeições, adiam cuidados médicos e vendem pertences apenas para pagar o aluguel.
É preciso ter em mente que, nos EUA, não há medidas de segurança social que ofereçam saúde gratuita ou aposentadoria garantida. Mas esses estudos continuam sendo interessantes para a Europa, porque muitas tendências do país norte-americano podem se replicar em outros lugares.
Escolher entre poupar ou comer
O que constatou o estudo Payroll Integrations 2025 Employee Financial Wellness é que a Geração Z se vê obrigada a escolher entre responsabilidade financeira e sobrevivência básica. Especificamente, entre as conclusões, temos que “embora 38% dos empregados de todas as gerações tenham retirado dinheiro de suas contas de aposentadoria, a Geração Z foi a que mais o fez”.
Quase metade dos jovens adultos já recorreu aos fundos de aposentadoria, em comparação com 31% dos millennials nos EUA. Mais surpreendente ainda, as retiradas foram para pagar uma dívida importante ou uma despesa urgente básica. Em comparação, apenas 6% dos millennials, 17% da Geração X e 0% dos Baby Boomers recorrem a isso. E não estão apenas gastando suas economias.
A moradia também é um problema em outros países
Ainda mais grave, outra pesquisa independente da Redfin revelou que a Geração Z pula refeições e adia consultas médicas apenas para pagar o aluguel. E o que os especialistas explicam é que, para a Geração Z, o problema não é entender de dinheiro, mas a enorme pressão para conseguir arcar com o custo de vida com sua renda.
Um problema que também se repete no Brasil, e pelo qual muitos jovens continuam morando com os pais aos 30 anos, é que chegam à vida adulta com preços de moradia altíssimos. Nos EUA, soma-se a isso o fato de lidarem com empréstimos estudantis muito elevados, já que as universidades do país têm custos altos.
Um relatório da Zillow revelou que os compradores de imóveis precisam ganhar 80% mais do que em 2020, enquanto a renda média aumentou 23% nesse período. Na Europa, já pudemos ver diversos relatórios mostrando como os preços de compra e aluguel de imóveis subiram, afetando a qualidade de vida dos jovens.
Imagem | Allan Lainez (Unsplash)
Tradução via: Genbeta.
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