Você dorme de barriga para cima para evitar rugas? Saiba que o efeito é exatamente o contrário

A higiene do sono é fundamental para preservar a pele

Dormir de barriga para cima para evitar rugas / Imagens: Katelyn G, Isabella Fischer
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Victor Bianchin

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Victor Bianchin é jornalista.

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A internet está cheia de regras inusitadas para alcançar a eterna juventude. Entre esses conselhos, há vários que podem soar estranhos, como a ideia de que não se deve dormir apoiado no lado do rosto que está ganhando rugas. Mas… o que isso tem de verdade?

A posição em que se dorme é fundamental para um bom descanso. Ao dormir de barriga para baixo, por exemplo, as cervicais podem sofrer bastante; já dormir virado para o lado esquerdo pode reduzir o temido refluxo gástrico.

A ideia de que dormir de um lado ou de outro poderia provocar mais rugas no rosto tem certa lógica: a gravidade geraria um efeito mecânico, fazendo a face “cair” e as rugas surgirem. A ciência, porém, discorda dessa explicação e atribui a culpa das rugas muito mais à biologia, envolvendo fatores como o cortisol e o colágeno.

O mito das “sleep wrinkles” (rugas do sono)

A teoria parece lógica: se você passa 8 horas pressionando o rosto contra um travesseiro, essa compressão mecânica deveria deixar marcas. Fala-se frequentemente em “sleep wrinkles”, que, ao contrário das rugas de expressão — causadas por sorrir ou franzir a testa —, seriam provocadas pelo fato de manter o rosto apoiado no travesseiro.

Alguns especialistas, como os da The Aesthetic Society, defendem essa ideia, sugerindo que dormir de barriga para baixo ou de lado favorece o surgimento de linhas verticais devido a essa pressão crônica.

A evidência clínica nesse caso é bastante limitada, já que muitas das afirmações que sustentam esse mito vêm do campo da cirurgia estética e de grupos muito pequenos de pessoas. Há até artigos que indicam que não existe uma relação clara entre dormir de determinada maneira e ter mais rugas.

O consenso atualmente é de que dormir de barriga para cima poderia, teoricamente, reduzir a formação das linhas de compressão. Mas ficar obcecado com isso não é o ideal, pois, se essa postura for desconfortável e a qualidade do sono diminuir, o impacto biológico resultante terá grande repercussão nas rugas.

A verdadeira ameaça

É aqui que a ciência deixa de ser especulativa e se torna categórica. Se há algo que envelhece a pele, não é o travesseiro, e sim a privação de sono. Quando se dorme pouco, o corpo entra em um estado de estresse fisiológico, elevando os níveis do temido cortisol, o hormônio do estresse.

E o cortisol elevado é o grande inimigo da juventude da nossa pele. Isso porque ele pode inibir as células que produzem colágeno — o andaime da pele —, torna a pele menos elástica e aumenta as metaloproteinases. Esse nome complicado nada mais é do que uma enzima que quebra o colágeno tão essencial para manter a firmeza da pele. Se não o produzimos ou o destruímos, as rugas acabarão aparecendo.

Um estudo clínico apresentado pelo ScienceDaily mostrou resultados contundentes: pessoas com má qualidade de sono crônica resultam em sinais clínicos de envelhecimento acelerado, como rugas finas, pigmentação desigual e flacidez.

Mas o mais importante é que, somados à radiação UV da luz solar, esses fatores causam uma recuperação da pele ainda pior. E é aqui que entra a necessidade de usar proteção solar ao sair de casa.

Imagens | Katelyn G, Isabella Fischer

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.


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