Veneno do escorpião amazônico demonstra enorme potencial para cura do câncer de mama

Resultados se comparam aos de um dos principais remédios contra a doença

Escorpião na Amazônia | Fonte: Getty Images
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Vika Rosa

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, cobrindo os mais diversos temas. Apaixonada por ciência, tecnologia e games.


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Pesquisadores da Universidade de São Paulo identificaram no veneno do Brotheas amazonicus, um escorpião da região amazônica, uma molécula capaz de matar células de câncer de mama com eficiência semelhante à de um quimioterápico já usado na prática clínica.

A substância, chamada BamazScplp1, foi isolada por cientistas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP). Em testes laboratoriais, ela matou células tumorais — inclusive de tipos agressivos — com resultados comparáveis ao paclitaxel, um dos principais medicamentos contra a doença. Segundo a pesquisadora Eliane Candiani Arantes, o composto induz necrose celular, mecanismo conhecido em toxinas de outras espécies de escorpiões.

A descoberta faz parte de um esforço maior de bioprospecção em parceria com o INPA e a Universidade do Estado do Amazonas. O grupo estuda toxinas animais como base para novos biofármacos. Essa área já gerou avanços importantes, como o selante de fibrina do CEVAP, atualmente em fase 3 de testes clínicos para aplicações em reparo de nervos e cicatrização. 

Outra frente inclui a expressão de proteínas derivadas de venenos, como a colineína-1 da cascavel, para aprimorar tecnologias biomédicas.

Testes em fase inicial

Enquanto isso, outras equipes exploram abordagens complementares no combate ao câncer. No centro CancerThera, em Campinas, pesquisadores trabalham com radioisótopos acoplados a moléculas que se acumulam em tumores, unindo diagnóstico e tratamento. 

Já no Instituto de Ciências Biomédicas da USP, uma vacina personalizada criada a partir da fusão entre células dendríticas e células tumorais tem mostrado bons resultados em estudos anteriores. 

No caso da toxina do escorpião amazônico, os testes ainda estão em fase inicial e foram feitos apenas em células cultivadas em laboratório. Os pesquisadores agora pretendem produzir a molécula em sistemas biológicos e avançar para estudos pré-clínicos.

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