Energia solar dispara no Brasil e tem número recorde de gigawatts gerados

Setor chega à COP 30 com força histórica, mas futuro imediato cobra atenção

Crédito de imagem: Xataka Brasil via Perplexity
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João Paes

Redator
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João Paes

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Escreve sobre tecnologia, games e cultura pop há mais de 10 anos, tendo se interessado por tudo isso desde que abriu o primeiro computador (há muito mais de 10 anos). 

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A COP 30, realizada no coração da Amazônia, virou o palco perfeito para um marco que ajuda a contar a história recente da energia no Brasil. A fonte solar ultrapassou a barreira dos 62 gigawatts de potência instalada, segundo dados da ABSOLAR, consolidando-se como a segunda maior da matriz elétrica nacional e ocupando 24,1% de toda a capacidade brasileira. É energia suficiente para deixar claro: se existe um vetor de transformação silenciosa no país, ele está brilhando direto do telhado das casas e dos campos que abrigam grandes usinas solares.

Desde 2012, o avanço fotovoltaico puxou para o Brasil mais de R$ 279,7 bilhões em investimentos, gerou 1,8 milhão de empregos verdes e ainda colocou R$ 87,3 bilhões nos cofres públicos. Na prática, a soma de pequenos e médios sistemas — responsáveis por 43 GW — com as grandes usinas, que representam outros 19 GW, evitou a emissão de 91 milhões de toneladas de CO2. Uma diferença real, especialmente quando o mundo discute transição energética dentro da COP.

Mas, como boa história brasileira, o crescimento vem acompanhado de tensão nos bastidores. A ABSOLAR afirma que mudanças propostas na MP nº 1.304/2025, que está a caminho de virar lei, podem virar uma pedra no caminho. Para a entidade, pontos específicos do texto criam insegurança jurídica e podem frear novos investimentos justamente no momento em que o Brasil tenta se apresentar como líder climático.

Um dos trechos mais contestados é o que aloca exclusivamente às fontes renováveis o custo dos cortes feitos pelo sistema elétrico — medida considerada inconstitucional pela associação. Outro ponto sensível é a proposta que condiciona o acesso de usinas solares ao REIDI à instalação obrigatória de sistemas de bateria. Embora o armazenamento seja bem-vindo, a entidade entende que a regra cria tratamento desigual e encarece apenas a energia solar.

A preocupação se estende também à geração distribuída: interpretações ambíguas no texto podem alterar regras já consolidadas desde a Lei 14.300/2022, afetando consumidores que já instalaram painéis ou que estudam adotar a tecnologia.

Para Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, o recado é direto: sem ajustes, o país envia ao mercado um sinal de retrocesso. Já Ronaldo Koloszuk, presidente do conselho da entidade, reforça que a reforma do setor elétrico precisa proteger a competitividade das renováveis — especialmente no momento em que o Brasil tenta mostrar ao mundo, na COP 30, que está comprometido com a descarbonização.


Crédito de imagem: Xataka Brasil via Perplexity

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