Nos últimos meses, o cometa 3I/ATLAS deu o que falar entre astrônomos e usuários nas redes sociais. Sem saberem ao certo sobre o que se tratava, surgiram suposições de que o cometa seria um visitante alienígena e até que ele poderia colidir com a Terra. No entanto, essa possibilidade caiu por terra depois que os cientistas estudaram mais a fundo esse cometa e descobriram sua verdadeira natureza. Agora, um novo detalhe está chamando atenção: imagens recentes mostram que sua cauda iônica está mais longa, definida e brilhante do que em qualquer observação anterior.
Cometa 3I/ATLAS: entenda o que é e porque ele é tão especial
Descoberto no dia 1° de julho de 2025, o 3I/ATLAS é um cometa interestelar, ou seja, veio de fora do sistema solar, detectado pelo sistema de vigilância do ATLAS, no Chile. Ele é o terceiro cometa já detectado que se originou fora do nosso Sistema Solar e foi considerado um dos mais antigos já observados: sua trajetória indica que ele pode ter mais de 7 bilhões de anos, sendo mais antigo do que o próprio sistema solar. Antes dele, outros dois cometas interestelares haviam sido identificados: o 1I/ʻOumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019).
Mas o que o cometa 3I/ATLAS tem de tão especial? Por ter se originado fora do nosso sistema solar, o cometa fornece informações sobre a formação de outros sistemas planetários. A seguir, confira as principais características desse cometa incomum:
- Composto rara: observações detectaram vapor de níquel brilhante ao redor do cometa, o que indica que ele é composto principalmente de níquel e ferro, algo incomum para cometas conhecidos;
- Mudança de cor: o brilho e a tonalidade do 3I/ATLAS vêm variando ao longo de sua aproximação do Sol. Essa mudança é atribuída à forma como seus materiais metálicos reagem à radiação solar;
- Trajetória hiperbólica: sua órbita não é fechada. Ele não está preso à gravidade do Sol, o que confirma sua origem interestelar e indica que ele apenas passará pelo nosso sistema antes de seguir viagem rumo ao espaço.
Cometa 3I/ATLAS está com a cauda iônica maior e mais brilhante
A nova imagem obtida pelo Projeto Telescópio Virtual em 10 de novembro, resultado de 18 exposições de 120 segundos feitas por telescópios robóticos na Itália, revela que a cauda iônica do 3I/ATLAS está mais longa e luminosa do que nunca. A estrutura pode ter se estendido por milhões de quilômetros, sinalizando que o cometa está cada vez mais ativo à medida que viaja pelo Sistema Solar interno.
Esse tipo de cauda se forma quando a radiação ultravioleta do Sol ioniza os gases liberados pelo cometa, criando partículas que são empurradas pelo vento solar. O resultado é uma longa faixa de íons que sempre aponta para o lado oposto ao Sol. Para os astrônomos, isso é uma oportunidade rara, pois um cometa interestelar tão ativo e brilhante permite observações muito mais detalhadas feitas diretamente da Terra.
Alta luminosidade e tamanho do cometa permite pesquisadores um estudo mais detalhado
O fato do 3I/ATLAS ser um cometa interestelar maior e mais brilhante é uma ótima característica para a ciência. Isso porque a alta luminosidade permite que os cientistas consigam estudar com mais detalhes o cometa. Essa observação pode fornecer informações inéditas sobre como um cometa formado em outro sistema estelar pode se comportar na nossa órbita solar, sob a influência do Sol. Além disso, também pode permitir que os cientistas descubram informações sobre a composição do cometa interestelar e das condições do sistema onde ele se originou.
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