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Um astrofísico faz alerta a Elon Musk: "Mesmo em caso de apocalipse nuclear, a Terra ainda seria um paraíso comparada a Marte"

Colonização de Marte será um caos. Imagem: Xataka
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Sofia Bedeschi

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Sofia Bedeschi

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, gamer desde os 6 e criadora de comunidades desde os tempos do fã-clube da Beyoncé. Hoje, lidero uma rede gigante de mulheres apaixonadas por e-Sports. Amo escrever, pesquisar, criar narrativas que fazem sentido e perguntar “por quê?” até achar uma resposta boa (ou abrir mais perguntas ainda).

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Para o astrofísico Adam Becker, a colonização de Marte, defendida por Elon Musk como um plano de emergência para a humanidade, está mais para fantasia do que para uma estratégia viável. Mesmo nos piores cenários aqui na Terra, nosso planeta ainda seria infinitamente mais habitável do que o deserto gelado de Marte.

O sonho marciano de Elon Musk é colocado em xeque

Elon Musk, CEO da SpaceX, nunca escondeu sua ambição: transformar a humanidade em uma espécie multiplanetária. No centro dessa visão, está a colonização de Marte, vista por ele como um “bote salva-vidas” caso um cataclisma atinja a Terra. Mas, para o astrofísico e autor Adam Becker, essa ideia é fruto de um otimismo tecnológico desconectado da realidade física.

Em entrevista à Rolling Stone, Becker não mede palavras:

“É uma das coisas mais estúpidas que alguém poderia dizer.”

Três cenários catastróficos... e ainda assim

Para reforçar seu ponto, Adam Becker propõe três cenários apocalípticos:

  • Um asteroide do tamanho daquele que extinguiu os dinossauros
  • A explosão de todas as bombas nucleares do planeta
  • Um aquecimento global fora de controle

Mesmo nesses casos extremos, Becker afirma que a Terra ainda seria mais habitável do que Marte. O motivo? Mesmo devastado, nosso planeta ainda manteria elementos essenciais: uma atmosfera respirável, gravidade adequada, água acessível e proteção contra radiação.

Marte, um inferno gelado e estéril

Vamos comparar os dois ambientes:

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Em Marte, a vida só seria possível sob cúpulas pressurizadas. Qualquer falha em um sistema vital significaria morte imediata. Já na Terra, mesmo após um desastre global, ainda poderiam existir bolsões de vida com chance de reconstrução.

Terraformar Marte: uma ilusão?

Elon Musk visualiza um planeta vermelho transformado pela engenhosidade humana: explosões nucleares nos polos, espelhos gigantes no espaço, estufas com clima controlado... Mas, para tornar Marte minimamente habitável, seria necessário:

  • Libertar CO₂ suficiente para espessar a atmosfera
  • Criar um efeito estufa duradouro para aquecer a superfície
  • Produzir um campo magnético artificial para proteção

Mesmo liberando todo o CO₂ disponível, a pressão atmosférica mal chegaria a 7% da terrestre — ainda insuficiente para viver sem traje pressurizado. Isso sem falar no custo colossal de transportar materiais, alimentos, água e pessoas a 55 milhões de quilômetros de distância.

Becker conclui que investir na sobrevivência em Marte seria como abandonar um hospital em ruínas para tentar viver num deserto radioativo sem oxigênio.

“É melhor preservar o nosso planeta, mesmo ferido, do que se exilar em uma caixa gigante a céu aberto.”

Na ausência de um plano B interplanetário crível, a prioridade continua aqui: preservar esse joia azul flutuando no vazio do espaço, o único lugar que, até onde sabemos, é capaz de sustentar a vida.

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