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O “F1 de rua” da Mercedes custa R$ 19 milhões, mas tem um problema: pega fogo

Foi detectado que algumas unidades não têm um clipe que evita o vazamento de líquido em seu aerofólio, o que pode provocar um incêndio no carro

219 das 275 unidades que a Mercedes fabricou desse modelo receberam uma convocação para recall / Imagem: Wikimedia Commons (Matti Blume, Alejandro Migl)
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Victor Bianchin

Redator
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Victor Bianchin é jornalista.

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O Mercedes-AMG One, um dos hipercarros mais avançados e exclusivos do planeta, foi chamado para recall por um problema que, a princípio, poderia parecer insignificante. No entanto, pode acabar com um carro avaliado em cerca de 3 milhões de euros (R$ 19,2 milhões) envolto em chamas.

Por esse motivo, os proprietários de 219 das 275 unidades que a Mercedes fabricou desse modelo receberam uma convocação para recall e revisão cuidadosa.

Um erro minúsculo, um risco enorme

A Mercedes-Benz emitiu um recall para o Mercedes-AMG One devido a uma possível falha no sistema hidráulico que controla seu aerofólio traseiro ativo. Segundo dados da Autoridade Federal de Transporte Motorizado da Alemanha (KBA), 219 unidades fabricadas entre 12 de dezembro de 2022 e 9 de maio de 2025 podem estar afetadas por esse defeito de fabricação.

O problema está em uma pequena peça do sistema hidráulico, um pino ou clipe cuja função é garantir o fechamento estanque do circuito hidráulico. Segundo o relatório do recall, a ausência dessa peça pode provocar vazamentos de fluido inflamável que, em contato com partes quentes do motor, representam um risco real de incêndio.

Apesar da gravidade potencial do defeito, o reparo é aparentemente simples e não requer desmontagem do veículo nem alterações estruturais. Fontes da KBA explicaram ao Motor1.com que um técnico especializado deve verificar se o pino está presente e, caso esteja faltando, será instalado numa intervenção que dura cerca de 90 minutos.

Até o momento, a marca não relacionou oficialmente esse defeito com o incêndio que ocorreu em junho em um AMG One, conforme relatou a AutoBild. Esse foi o segundo AMG One a pegar fogo. O primeiro incendiou-se enquanto estava sendo preparado para entrega, já carregado no caminhão de transporte. Por isso, a marca considera que não há conexão entre esses incidentes e o pino do aerofólio.

Um hipercarro híbrido muito complexo

Apesar do susto que muitos proprietários devem ter tido ao receber o aviso da marca, o Mercedes-AMG One é um superesportivo de recorde. Foi apresentado em 2017 como ‘Project One’ e seu desenvolvimento levou ano devido à complexidade de adaptar um motor V6 de Fórmula 1 com quatro motores elétricos para entregar uma potência total de 1.063 cv e obter a etiqueta ECO em seu para-brisa.

As primeiras unidades só começaram a ser fabricadas em 2022, segundo a Autocar. Das 275 unidades produzidas, 183 permaneceram na Alemanha, enquanto o restante está distribuído pelo mundo todo.

A exclusividade de um F1 de rua

O Mercedes-AMG One é um carro superexclusivo e com um desenvolvimento muito complexo, dada a natureza de sua mecânica. De fato, o desenvolvimento do carro foi tão complicado que nem Ola Källenius, presidente da Mercedes-Benz, concordava com sua fabricação.

“Vou ter que rever as atas da reunião, mas tenho certeza de que estávamos bêbados quando dissemos sim”, brincou o executivo sueco em entrevista à Autocar.

Imagem | Wikimedia Commons (Matti Blume, Alejandro Migl)

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.

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