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Um quintal comum é transformado em fábrica de alimentos e composto orgânico; o que é o Sisteminha Embrapa

Iniciativa da Embrapa aposta na integração de cultivos e criações para gerar autonomia alimentar

Mulher e homem plantando na terra
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Laura Vieira

Redatora
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Laura Vieira

Redatora

Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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Se você mora em uma chácara, já imaginou transformar esse espaço em uma fábrica de alimentos e composto orgânico? É isso que o Sisteminha Embrapa oferece, uma solução inteligente e sustentável voltada especialmente para pequenas famílias do campo. A ideia do programa é aproveitar o máximo dos recursos naturais para promover autonomia alimentar das famílias, e tudo isso por meio de um sistema que se adapta a diferentes realidades, respeita o meio ambiente e que pode ser montado aos poucos, conforme o espaço e as necessidades individuais de cada um.

O que é a Embrapa e qual a sua função?

A Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil. Ela tem como missão principal desenvolver soluções tecnológicas para essas áreas, visando a sustentabilidade e o desenvolvimento do setor agropecuário nacional. É nesse contexto que surgiu o Sisteminha Embrapa, um sistema integrado para produção de alimentos que tem como objetivo criar oportunidades para que famílias possam se alimentar com o que produz ou negociar seus produtos com a comunidade.

O que é o Sisteminha Embrapa e como ele funciona?

Criado para promover a produção sustentável de alimentos, o Sisteminha Embrapa é um modelo integrado que transforma espaços com mais de 100m² em áreas de cultivo e criação. O sistema foi pensado para combater a fome e garantir uma alimentação completa, com proteínas e carboidratos de origem animal e vegetal, suficiente para até cinco pessoas, respeitando as recomendações nutricionais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ou seja, é uma iniciativa voltada especialmente para pequenas propriedades rurais, famílias de baixa renda e para quem deseja tornar o espaço em que vive produtivo. A proposta foi desenvolvida em 2011 pelo zootecnista Luiz Carlos Guilherme como parte de sua tese de doutorado, com apoio da Embrapa.

Mas como o Sisteminha Embrapa funciona? O “coração do projeto” é um tanque de piscicultura intensiva, construído com materiais simples como papelão, lona plástica ou alvenaria, o que reduz os custos de implantação. A partir dele, forma-se uma cadeia produtiva sustentável: os dejetos dos peixes produzem amônia, substância tóxica para os próprios animais, mas que é convertida por bactérias em nitrito e nitrato, nutrientes ricos em nitrogênio que são ideais para o crescimento das plantas.

Sisteminha Embrapa

O Sisteminha Embrapa é dividido em módulos

Uma das principais características do Sisteminha Embrapa é sua estrutura modular e adaptável. Ou seja, cada família pode decidir quais atividades incluir no projeto, de acordo com o espaço disponível, os recursos financeiros e os hábitos alimentares. Isso torna o sistema extremamente versátil.

Embora existam muitas possibilidades de combinação, existem três módulos considerados essenciais para o funcionamento básico do Sisteminha Embrapa: o tanque de peixes, a horta e o galinheiro. Com apenas esses três elementos, é possível montar uma estrutura produtiva eficiente em  uma área de 100 m². No entanto, o projeto pode ser ampliado com a adição de outros módulos. Veja quais são eles:

  • Tanque de peixes
  • Galinheiro
  • Criação de codornas
  • Criação de coelhos
  • Compostagem
  • Minhocário
  • Horta
  • Tabela de plantio

Qual a diferença do Sisteminha Embrapa para outros modelos de agricultura alimentar?

Diferente dos demais modelos de agricultura familiar, em que o cultivo é a principal fonte de renda e subsistência das famílias, o Sisteminha Embrapa não tem nenhum comprometimento de produzir para o mercado. Fica a critério de cada família comercializar os produtos ou produzir apenas para consumo próprio e de sua família. O objetivo principal é, portanto, garantir a segurança alimentar dessas famílias, e não ser um produtor com fins puramente comercias.

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