Em um mundo cada vez mais afetado pela força das mudanças climáticas, ideias e soluções sustentáveis têm ganhado cada vez mais destaque em vários setores. A construção civil, uma das áreas que mais impactam o meio ambiente, também busca por alternativas para reduzir o seu impacto, e uma delas é bastante inusitada: concreto feito a partir de urina. É isso mesmo que você leu! Pesquisadores da Universidade de Stuttgart, na Alemanha, desenvolveram um novo tipo de concreto feito com a ureia presente no xixi humano. A ideia não é só reaproveitar esse resíduo humano, como produzir um concreto mais resistente e com menor emissão de gases poluentes.
Entenda o que é a biomineralização
Você já imaginou transformar urina em concreto? Pode até parecer algo impossível, mas acredite se quiser, a ciência já provou que isso é possível sim, e tem até um nome que define essa transformação: a biomineralização.
Esse processo nada mais é do que a transformação de matéria orgânica em compostos inorgânicos. No caso do concreto feito com xixi, a ureia presente na urina é transformada em cristais de carbonato de cálcio, um dos principais componentes usados na formação do concreto.
A ideia nada convencional surgiu quando pesquisadores do Instituto de Estruturas Leves e Design Conceitual (ILEK), da Universidade de Stuttgart, reconheceram a urina como um recurso abundante e pouco explorado. Eles conseguiram comprovar que é possível produzir um concreto ecológico, que apresenta menor impacto ambiental, abrindo uma nova solução sustentável na área da construção civil. O projeto foi publicado na revista científica Nature.
Qual a diferença do concreto normal para o concreto feito a partir de xixi?
Apesar de ser o material de construção mais utilizado no mundo, o concreto convencional tem um alto custo ambiental. Sua produção consome grandes quantidades de energia e emite gases poluentes, já que o cimento precisa ser queimado a altíssimas temperaturas. Esse impacto tem levado cientistas a buscar alternativas mais sustentáveis, como o concreto feito com xixi.
De acordo com uma publicação feita no site da Universität Stuttgart, o processo funciona assim: um pó contendo bactérias é misturado à areia e colocado em moldes. Em seguida, durante três dias, a urina enriquecida com cálcio é aplicada. O crescimento dos cristais fortalece o material, formando blocos de bioconcreto. Conforme o tempo passa, esse material fica mais resistente, pois as bactérias continuam mineralizando, diferente do concreto tradicional que se degrada. Veja a seguir como funciona esse processo:
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