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Nasa identifica planeta “parecido” com a Terra a 150 anos-luz

Planeta foi apelidado de TOI‑1846 e é quase duas vezes maior que a Terra

imagem realista de um Super-Terra
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Laura Vieira

Redatora
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Laura Vieira

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Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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O universo, gigantesco e ainda cheio de mistérios, acaba de revelar mais uma descoberta fascinante: astrônomos da Nasa e de instituições parceiras anunciaram a descoberta de um novo exoplaneta, localizado a cerca de 154 anos-luz da Terra, na constelação de Lyra. O planeta, apelidado de TOI‑1846 b, pertence à categoria das “Super-Terras”, têm quase o dobro do tamanho da Terra e cerca de quatro vezes a sua massa. O estudo foi publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society em junho deste ano e traz informações valiosas sobre a formação da Terra.

O que é um planeta do tipo “Super-Terra”?

Antes de entender o que essa descoberta representa para a astronomia, é importante saber o que significa um planeta do tipo “Super-Terra”. Esse é um tipo de planeta extrassolar com uma massa maior que a da Terra, mas menor que a de planetas gasosos do Sistema Solar, como Urano. Mas por que ele é chamado dessa forma? Acontece que as características de planetas dessa categoria são semelhantes às do nosso planeta.

O TOI‑1846 b, por exemplo, possui um raio de 1,79 vezes o da Terra e massa quatro vezes maior que o do nosso planeta. Com uma densidade de 4,2 gramas por centímetro cúbico, existe a possibilidade do TOI‑1846 b ser um planeta rico em água. De acordo com os autores do estudo, o TOI‑1846 b pode conter uma camada de gelo denso no interior e ser coberto por uma atmosfera fina e talvez até um oceano raso. No entanto, é preciso um estudo mais aprofundado para entender de fato como esse planeta se comporta e suas características.

Como o “Super-Terra” foi identificado?

A descoberta do TOI‑1846 b só foi possível graças ao Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito (TESS), uma espécie de telescópio espacial da NASA, lançado em 2018, que atua como “caçador de exoplanetas”. Mas como esse telescópio espacial funciona? Para captar exoplanetas, o TESS monitora o brilho de estrelas e identifica quedas na luz estelar, o que pode indicar que um planeta está passando à frente de sua estrela, acontecimento conhecido como trânsito estelar.

O TOI‑1846 b chamou a atenção dos astrônomos justamente por emitir um padrão repetitivo de luz, identificado como o momento em que o planeta passa em frente a sua estrela (anã vermelha) e provoca um leve escurecimento.  Para chegar a essa conclusão, foram utilizados alguns dados do TESS, como fotometria multicolorida em solo e observações espectroscópicas de alta resolução.

Quais são as principais características do TOI‑1846?

O TOI‑1846 b está localizado no “vale do raio”, uma característica observada na distribuição do tamanho de exoplanetas com raios entre 1,5 e 2 vezes o raio da Terra. O estudo de planetas localizados nessa região é fundamental para que os cientistas testem modelos de formação e evolução planetária.

Em relação à temperatura do TOI‑1846 b, a superfície regista um calor elevado, superior a 300 °C. Isso acontece porque ele orbita a sua estrela, uma anã vermelha, caracterizada por ser menor e mais fria que o sol, a cada 3,9 dias terrestres. Além disso, embora esteja muito próximo da sua estrela,  os pesquisadores acreditam que o TOI‑1846 b seja travado gravitacionalmente. Ou seja, um lado está sempre voltado para a sua estrela, o que explica as altas temperaturas e permite luminosidade, enquanto o outro permanece em escuridão.  Por essa razão, eles acreditam que não é possível existir vida no planeta.

Agora, os cientistas pretendem utilizar o telescópio James Webb Space Telescope (JWST) para analisar o TOI‑1846 b com luz infravermelha, com objetivo de buscar vapor d’água ou outros elementos que ajudem a entender sua composição.

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