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NASA sempre envia foguetes, satélites e telescópios, mas também balões que dão a volta ao mundo

O último dos gigantescos balões de superpressão da NASA afundou no Oceano Pacífico após 17 dias de circunavegação no hemisfério sul.

NASA balão espaço universo experimento. Imagem: NASA
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Sofia Bedeschi

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Sofia Bedeschi

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, gamer desde os 6 e criadora de comunidades desde os tempos do fã-clube da Beyoncé. Hoje, lidero uma rede gigante de mulheres apaixonadas por e-Sports. Amo escrever, pesquisar, criar narrativas que fazem sentido e perguntar “por quê?” até achar uma resposta boa (ou abrir mais perguntas ainda).

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Mais modestos e ignorados que os foguetes, os balões estratosféricos são cruciais para muitas pesquisas científicas da NASA.  O último desses enormes balões acaba de encerrar sua missão após 17 dias circundando o hemisfério sul.

17 dias de volta ao mundo

No início de maio, a NASA concluiu o primeiro voo de sua Campanha de Balões de Superpressão 2025. Um balão estratosférico traçou uma rota pelas latitudes médias do hemisfério sul, cruzando o céu por 17 dias, 13 horas e 47 minutos.

O último desses enormes balões acaba de encerrar sua missão após 17 dias circundando o hemisfério sul.

Lançado em 17 de abril (sim, são muitos 17 na matéria) do aeroporto de Wanaka, na Nova Zelândia, completou uma volta inteira no dia 3 de maio e amerissou no dia seguinte no Oceano Pacífico, a 1.300 quilômetros da costa leste da Nova Zelândia.

Direto para o fundo do mar

Embora a missão tenha cumprido os requisitos mínimos, a equipe da NASA estava monitorando um possível vazamento. O balão perdia altitude durante a noite ao atravessar zonas com temperaturas mais frias, o que levou seus operadores a decidirem terminar o voo sobre o Pacífico, sem possibilidade de recuperar a carga útil.

A agência espacial não deixa nada ao acaso, nem mesmo em caso de falha. Esse tipo de balão utiliza a própria carga útil de duas toneladas como lastro para afundar todo o trem de voo até o fundo do oceano o mais rápido possível. Dessa forma, evita-se que o balão permaneça na zona primária da coluna d'água, onde reside a maior parte das espécies marinhas.

A missão

Além de testar um novo design de balão de superpressão, este primeiro voo de 2025 transportava a missão HIWIND, cujo objetivo era medir o vento neutro na termosfera, a camada da atmosfera terrestre que se encontra entre a mesosfera e a exosfera, para ajudar os cientistas a compreender e prever mudanças na ionosfera, que podem afetar os sistemas de comunicação e navegação.

Como a missão terminou antes do previsto (o balão que ficou mais tempo em voo durou 57 dias), a NASA investigará a fundo a causa da perda de altitude para reduzir a probabilidade de que ocorra um problema similar em próximos voos. O segundo balão de superpressão da campanha foi lançado no sábado, 3 de maio, e pode ser acompanhado em tempo real no site da NASA.

O que são os balões de superpressão

São balões em forma de abóbora cujas estruturas, completamente seladas, mantêm uma pressão interna positiva e um volume quase constante, o que lhes permite maior estabilidade de altitude e voos de duração muito mais longa, já que a perda de gás é mínima.

Com um diâmetro de 150 metros, o volume mais comum é de 1,13 milhão de metros cúbicos. Um balão desse tamanho poderia abrigar um estádio de futebol em seu interior quando completamente inflado. Eles voam a altitudes de até 36 quilômetros, mais que o dobro da altitude dos aviões comerciais. E há tempos vêm sendo considerados como alternativa aos lançamentos espaciais para o turismo espacial.

Para que servem esses balões?

Os balões científicos da NASA são uma forma de baixo custo para acessar a estratosfera e realizar pesquisas sobre a Terra ou o espaço sideral. Alguns até carregam telescópios a bordo.

O Programa de Balões Científicos da NASA realiza, em média, entre 10 e 15 voos individuais por ano. Os céus continuam a oferecer oportunidades valiosas para a ciência, sem a necessidade de sempre acionar os motores de um foguete a cada voo.

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