A indústria de chips e semicondutores continua sendo o agente mais determinante do setor tecnológico. Embora a maioria dos olhares esteja voltada para o avanço da inteligência artificial e suas possibilidades, esses pequenos dispositivos são capazes de alimentar não apenas os modelos de IA, mas qualquer aparelho tecnológico que você tenha ao seu alcance. Por isso, qualquer notícia relacionada ao setor de chips ganha relevância imediata e, como consequência direta disso, a história de German Aksenov se torna um caso exemplar.
Vários veículos internacionais, como o TechSpot, estão divulgando a história de Aksenov, um ex-engenheiro da ASML e da NXP que foi condenado a três anos de prisão nos Países Baixos. O motivo? Apesar das sanções que a União Europeia impôs à Rússia em 2014, isso não impediu que Aksenov traficasse documentos confidenciais e segredos industriais focados na fabricação de chips. Na prática, ele prejudicou diretamente a ASML, a única fornecedora mundial de máquinas de litografia ultravioleta extrema.
O caminho seguido por German Aksenov
A NXP, outra empresa em que trabalhou, não é tão relevante quanto a ASML no setor tecnológico, mas é conhecida por ter participado da invenção da tecnologia NFC junto com a Sony. Graças a esse padrão, muitos usuários passaram a contar com um novo meio de comunicação em campo próximo. Assim, graças à sua experiência em ambas as empresas, Aksenov aproveitou sua posição para transportar fisicamente arquivos confidenciais em pen drives e discos rígidos até a Rússia, onde os entregou a agentes do FSB (o serviço secreto russo).
Ao que tudo indica, essa não foi a única ação de Aksenov, já que ele foi flagrado copiando documentos diretamente dos servidores da ASML e da NXP com a intenção de levá-los para casa. Após terem descoberto suas intenções, ele afirmou que precisava dos arquivos para “ampliar seu conhecimento profissional” e negou ter atuado como espião, mas já era tarde: todas essas manobras suspeitas o colocaram no centro das atenções. Ainda assim, ele conseguiu reduzir sua pena de quatro para três anos, pois não foi possível provar que recebeu dinheiro por suas ações, nem ficou claro quando exatamente roubou os documentos.
Em apenas três dias, a Rússia esteve envolvida em duas notícias bastante curiosas protagonizadas por agentes tecnológicos criminosos. Aksenov, que foi preso em 2023 e está em prisão preventiva desde então, poderia sair da prisão no próximo ano se a investigação em andamento não trouxer novos dados. No entanto, por ser cidadão russo, ele tem 14 dias para recorrer e tentar se livrar da sentença do tribunal neerlandês, prazo que pretende usar para reduzir sua condenação, já que não há provas sobre possíveis subornos nem sobre as datas dos roubos dos documentos.
Imagem principal | 3DJuegos
Este texto foi traduzido/adaptado do site 3DJuegos.
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