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Gatinhos com demência e humanos com Alzheimer são mais parecidos do que achávamos

Cientistas descobriram que gatos com demência apresentam a mesma proteína ligada a perda de Alzheimer

gato deitado em colo de idoso. créditos: banco de imagens
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Laura Vieira

Redatora
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Laura Vieira

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Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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Gatos e humanos são seres vivos de espécies diferentes. Por essa razão, eles apresentam uma série de características diferentes entre si, desde aparência física até o funcionamento do organismo. No entanto, cientistas do Reino Unido descobriram uma relação entre gatinhos diagnosticados com demência e seres humanos diagnosticados com Alzheimer, demonstrando que eles podem ser mais parecidos do que imáginavamos. A descoberta, além de ajudar no controle da doença nos gatos, pode contribuir para o tratamento do Alzheimer.

Gatos com demência e humanos com Alzheimer possuem a mesma proteína no cérebro

Um estudo realizado por Cientistas da Universidade de Edimburgo e publicado no periódico European Journal of Neuroscience, descobriu que gatos com demência apresentam alterações no cérebro semelhantes às de pessoas diagnosticadas com Alzheimer.   Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram o cérebro de 25 gatinhos de diferentes idades após a morte. Parte deles apresentava sinais de demência, como confusão e mudanças de comportamento. Usando microscopia de alta precisão, os cientistas identificaram nos gatos mais velhos,  especialmente nos que tinham demência, um acúmulo da proteína beta-amiloide nas sinapses, as conexões responsáveis pela transmissão de informações entre as células cerebrais.

Nos humanos, essa mesma proteína é considerada um dos principais marcadores do Alzheimer e está diretamente ligada à perda de memória e dificuldades de raciocínio. Além disso, os pesquisadores observaram que células de suporte do cérebro, como astrócitos e microglia, estavam “consumindo” sinapses danificadas, um processo chamado de poda sináptica. Embora essa poda seja normal durante o desenvolvimento do cérebro, ela pode agravar a perda de conexões em casos de demência.

Como é o comportamento de gatos com demência e humanos com Alzheimer?

Assim como pessoas diagnosticadas com Alzheimer, gatinhos mais velhos que desenvolvem demência apresentam mudanças comportamentais que são perceptíveis para seus tutores. Entre os sinais mais comuns estão aumento da vocalização, desorientação, alteração no sono e perda de hábitos aprendidos, como fazer as necessidades na caixa de areia. Esses sintomas, tanto em felinos quanto em humanos, são resultado do mesmo tipo de dano cerebral: a redução das sinapses e a dificuldade de comunicação entre neurônios.

Descoberta pode contribuir para o tratamento de pessoas com Alzheimer

O grande barato dessa descoberta é que ela pode contribuir para o desenvolvimento de futuros tratamentos para pessoas com doença de Alzheimer. Os pesquisadores destacam que, por desenvolverem naturalmente a doença, gatos podem servir como um modelo mais fiel para estudar o Alzheimer do que os roedores usados tradicionalmente em pesquisas. Isso porque ratos e camundongos não desenvolvem demência de forma espontânea, o que limita as conclusões sobre o comportamento da doença em humanos.

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