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Defensor do trabalho 100% presencial, CEO diz que o home office só é bom para indivíduos, não para equipes

Ele se posicionou contra o trabalho remoto com argumentos polêmicos: “os trabalhadores de alto desempenho aumentam o rendimento dos que estão ao seu redor”

CEO diz que funcionários de alta produtividade estimulam os colegas / Imagem: Arlington Research no Unsplash
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Em pleno 2025, muitas empresas continuam insistindo em uma tendência que muitos acreditavam que desapareceria pouco depois da pandemia: o retorno ao escritório. Não é preciso recorrer a casos isolados — isso aconteceu recentemente com o Google e com a Amazon.

Nesse contexto, há algum tempo um líder causou surpresa com uma declaração polêmica: Jake Wood, CEO da Groundswell, uma empresa de software cujo objetivo é “democratizar a filantropia”, considera que o trabalho remoto pode até ser bom para os indivíduos, mas não para a equipe como um todo.

Segundo ele afirmou em seu perfil no LinkedIn, trabalhar não se resume apenas à produtividade individual: trata-se de ser um “jogador de equipe e ajudar a melhorar o desempenho dos outros”, declarou o executivo e cofundador da empresa.

Lacunas no diálogo

“Nunca escondi que sou um grande defensor da colaboração e do trabalho presencial”, declarou ele, acrescentando que discorda da ideia de que o mais importante é o que a pessoa entrega, independentemente de estar ou não no escritório. Para ele, falta aí um elemento fundamental: o entendimento de que realizar uma tarefa e fazer uma empresa avançar “não diz respeito apenas a você”, afirma.

Segundo o CEO, uma pessoa pode até conseguir realizar seu trabalho dentro do prazo e conforme os padrões em um ambiente remoto, mas é preciso sempre considerar os colegas de equipe. “Os trabalhadores de alto desempenho aumentam o rendimento dos que estão ao seu redor. Isso se deteriora gravemente quando os mais produtivos (que são justamente os mais aptos a prosperar no trabalho remoto) trabalham de casa”, sentenciou.

Isso, segundo ele, faz com que grande parte da organização opere de maneira ineficiente. Os novos funcionários se integram mais lentamente. E ele concorda com os estudos que apontam que os profissionais juniores não se desenvolvem profissionalmente. E afirma que:

Se você não se importa em melhorar o desempenho dos outros, tudo bem. Não há nada de errado nisso. Mas talvez você prefira ser um profissional independente, livre para trabalhar onde e como quiser, em vez de um colega de equipe em tempo integral.

Autoproclamado “grande defensor da colaboração e do trabalho presencial”, Wood declarou à revista Fortune que o trabalho remoto desacelera o progresso da empresa e prejudica a eficiência. Além disso, ele acredita que “os funcionários precisam cuidar de si mesmos, e não tenho ilusões de que todos tenham esse sentimento de dedicação, altruísmo e sacrifício pela empresa”.

Imagem | Arlington Research no Unsplash

Este texto foi traduzido/adaptado do site Genbeta.

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