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O iPhone Air é a nova tentativa de resolver o que atormenta a Apple há anos: a síndrome do quarto iPhone

O iPhone Air é extremamente fino, mas, para isso, sacrifica as câmeras e a bateria

iPhone Air / Imagem: Apple
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Victor Bianchin

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Victor Bianchin

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Victor Bianchin é jornalista.

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A Apple acaba de apresentar os novos iPhones. Já temos todas as características do iPhone 17 e dos iPhone 17 Pro e Pro Max. Só não tivemos novidades sobre um iPhone Plus porque, simplesmente, ele já não existe. Em seu lugar, temos o iPhone Air.

A Apple está há anos obcecada com uma ideia: o quarto iPhone. Durante todo esse tempo, as coisas não têm saído bem. Este ano, não há um Plus, o que mostra que essa linha, que sempre teve resultados mornos, foi eliminada para que a fabricante pudesse apostar em uma nova tendência: os celulares ultrafinos.

O iPhone Air não se destaca em características técnicas se comparado ao restante da linha, mas se sobressai em sua espessura, de apenas 5,6 milímetros. E essa é a arma da Apple para enfrentar um nicho inexplorado, no qual seu maior rival, a Samsung, já se posicionou com o Galaxy S25 Edge.

iPhone Air e o desejo da Apple

Até o lançamento do iPhone 5S, a Apple tinha apenas um modelo por ano. Vendo a concorrência apertar, em 2013 a fabricante se arriscou com um segundo modelo, o iPhone 5C. Era um iPhone 5, porém reduzido e com um preço que o tornava pouco atraente — vendeu tão mal que perderam a vontade de repetir.

Mais tarde, a Apple começou a lançar modelos Plus maiores, mas, em 2021, tentou novamente se posicionar com um novo produto: o iPhone 12 mini. Era um iPhone 12, mas em um formato menor. No ano seguinte, repetiram com o iPhone 13 mini, que solucionava o principal problema do anterior — a autonomia —, mas os resultados ainda não eram satisfatórios.

O momento era outro: o mercado clamava por telas maiores.

As telas dos telefones não paravam de aumentar e os celulares pequenos foram perdendo espaço. Até a Asus, cujos Zenfone eram defensores desse nicho, baixou as armas com as últimas gerações, adotando telas maiores.

A Apple deixou claro: se o mercado queria telas grandes, era isso que ela entregaria. E assim surgiram (mais uma vez) os modelos Plus. Nas últimas gerações, tivemos iPhone 14 Plus, iPhone 15 Plus e iPhone 16 Plus, celulares que eram como o modelo “normal”, mas com mais tela e bateria.

Mas, assim como os mini (embora talvez não de forma tão extrema), os modelos Plus não chegaram a se consolidar. O usuário que quer gastar o mínimo possível em um iPhone opta pelo modelo normal. E quem está disposto a esticar um pouco mais o orçamento para comprar o Plus, se esticar um pouco mais ainda, chega ao Pro, com tela melhor, processador mais potente e câmeras mais versáteis.

Os Plus estavam ficando sem espaço, mas a história da Apple é clara: quanto mais modelos disponíveis, mais as pessoas compram.

Tendo isso em mente, a Apple redesenhou o iPhone e não se limitou a lançar um com uma tela de dimensões diferentes: o iPhone Air não recebe um “17” porque não precisa: ele é único. É um novo integrante da família que chega para conviver com os demais, não à sombra deles.

Ele tem uma única câmera, sim, mas o processador é o mesmo A19 Pro que encontramos nos iPhone 17 Pro e Pro Max. É uma aposta diferente para uma Apple que quer ter esse quarto iPhone compatível com o restante de sua linha, um smartphone que não seja “o iPhone barato” ou “o iPhone mais Pro”, mas aquele que chama atenção por si só.

Apple

E sim, ele chama atenção, mas aqui a questão será resolvida nos próximos meses. Porque a resposta para saber se o usuário precisa de um celular de 5,6 milímetros de espessura (com todas as limitações que isso implica na bateria, por exemplo) se esclarecerá quando começarem a surgir as listas dos celulares mais vendidos.

No final, se a estratégia da Apple é acertada ou não, as vendas irão dizer. Foram elas que acabaram com os modelos compactos, afinal. Mas, enquanto não temos esse termômetro, há algo evidente: quem quiser este iPhone Air precisará ter muito claro que precisa — ou quer — essa extrema finura, pois o preço está em um terreno delicado: o iPhone Air de 512 GB vai sair a partir de R$ 11.999, o que são R$ 2.500 a mais do que o iPhone 17 de 512 GB e R$ 500 a mais que o iPhone 17 Pro. 

Mas o iPhone Air tem um trunfo na manga. Nos últimos anos, a Apple tem ficado com fama de chegar tarde às tendências (a IA é um exemplo claríssimo). Mas, com um celular ultrafino, ela chega entre as primeiras a este terreno praticamente inexplorado.

Tradução via: Xataka Espanha.


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