O fim das próteses comuns: cientistas criam copiloto secreto que adivinha o que a mão precisa fazer

Antes até 50% dos usuários abandonavam a tecnologia, mas agora isso pode mudar

Mão robótica | Fonte: Getty Images
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Vika Rosa

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Vika Rosa

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, cobrindo os mais diversos temas. Apaixonada por ciência, tecnologia e games.


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Apesar dos avanços na robótica, com próteses biônicas que se assemelham a mãos naturais em destreza, um alto índice de abandono (cerca de 50%) assombra a área. O principal motivo: a dificuldade em controlar a prótese. O cérebro humano lida com reflexos e ajustes de força em milissegundos, mas a maioria das mãos biônicas exige que o usuário "microgerencie" cada movimento.

Para resolver esse problema, pesquisadores da Universidade de Utah desenvolveram um copiloto de inteligência artificial que torna o uso dessas próteses muito mais intuitivo e natural. O objetivo é permitir que os usuários realizem tarefas sem precisar pensar constantemente no controle dos dispositivos.

Compartilhando o controle com a máquina

O desafio central das próteses comerciais é que o usuário precisa controlar tudo, desde a força de preensão até a posição de cada articulação, muitas vezes através de aplicativos ou de eletromiografia (sinais musculares). 

Para superar essa limitação, a equipe equipou uma mão biônica com sensores de pressão e proximidade revestidos de silicone nas pontas dos dedos.

Esses sensores, combinados com um controlador de IA, permitem que a mão detecte a aproximação e meça a força necessária para segurar um objeto sem esmagá-lo ou deixá-lo escorregar. A IA aprendeu a reconhecer objetos e a ajustar a preensão, controlando cada dedo individualmente para reproduzir padrões de preensão naturais.

O salto na taxa de sucesso

O grande diferencial do projeto reside no conceito de controle compartilhado. Ao contrário de outras próteses autônomas que exigem que o usuário ative e desative a autonomia, o sistema da Universidade de Utah funciona silenciosamente em segundo plano, como um copiloto discreto. O usuário permanece sempre no comando, mas a máquina assiste sutilmente nos ajustes finos.

Em testes de laboratório, a diferença foi gritante. Ao tentar manipular objetos frágeis, como copos de papel ou ovos, os participantes sem a assistência da IA só conseguiam completar a tarefa em cerca de 10% das tentativas. Com o copiloto de IA ativado, a taxa de sucesso saltou para 80% ou 90%, reduzindo significativamente a carga cognitiva dos usuários.

Embora ainda não atinja a habilidade de um membro natural, a pesquisa prova que a IA é o caminho para tornar as próteses biônicas realmente úteis e desejadas, abrindo portas para a integração de interfaces neurais futuras para aprimorar ainda mais o controle.

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