Victor Bianchin
RedatorVictor Bianchin é jornalista.
Apesar de as contas da OpenAI não estarem tão saudáveis quanto Sam Altman gostaria, isso não tem impedido que ela continue captando dinheiro de seus investidores. A chuva de milhões que está sendo gasta no ChatGPT chama a atenção pela forma como se busca obter retorno: por meio da atenção dos usuários. E isso faz mais sentido do que pode parecer à primeira vista.
Uma análise recente da Similarweb mostrou que, em setembro de 2025, os serviços de IA somaram 7 bilhões de visitas mensais, o que representa um crescimento de 76% em relação ao ano anterior e coloca as IAs como uma das principais rivais das redes sociais em termos de tráfego.
O ChatGPT continua sendo o líder incontestável: naquele mês, chegou a 5,9 bilhões de visitas, muito perto do Instagram, com 6,5 bilhões. As primeiras posições ficam com Google (82,6 bilhões), YouTube (28,7 bilhões) e Facebook (11,4 bilhões).
Tudo pela nossa atenção
Na era da internet, existe algo mais valioso do que o próprio dinheiro: captar a atenção dos usuários. É por isso que as redes sociais são tão atraentes para empresas de qualquer porte, tornando-se mais uma vitrine comercial do que um espaço para contar nossas vidas.
Essa também é a mesma razão pela qual os “chatbots” se mantêm de pé, apesar de perderem dinheiro a cada vez que alguém os utiliza. Enquanto isso, as grandes empresas de tecnologia estão recorrendo ao endividamento. Elas não querem ficar de fora da bolha da IA, e o motivo agora está mais claro do que nunca.
Não é apenas o fato de o ChatGPT ter conseguido se tornar a plataforma digital moderna que mais rapidamente ascendeu, alcançando o pódio dos cinco sites mais importantes do mundo. O que realmente importa é que ele conseguiu capturar o que há de mais valioso: a atenção do usuário.
O próximo passo: encher os “chatbots” de anúncios
Diante desse cenário, a OpenAI está considerando algo que já era um segredo aberto: inundar o ChatGPT com anúncios. Uma possibilidade que serviria para monetizar a ferramenta, especialmente para extrair retorno econômico dos usuários dos planos gratuitos, mas que levanta muitas dúvidas no campo da privacidade e da neutralidade das respostas oferecidas.
Enquanto isso, as empresas de tecnologia continuam aumentando os investimentos, mesmo que os benefícios não cheguem diretamente. O retorno, neste caso, vem na forma de um crescimento meteórico e de vários bilhões de visitas, que demonstram que há motivos para ser otimista em relação à IA.
Imagens | Geradas com Gemini
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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