O Google Pixel é o celular perfeito para o narcotráfico? É o que diz um especialista

Criminosos instalam um sistema operacional alternativo que dificulta rastreamento

Modelo fornece um sistema de comunicação criptografada, explorado pelas quadrilhas / Imagens: Pepu Ricca para Xataka Android e Wikimedia Commons
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Victor Bianchin

Redator
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Victor Bianchin é jornalista.

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Os Google Pixel são os maiores representantes do Android, com a permissão da Samsung. Por isso, conquistam os usuários entusiastas do sistema operacional, também por serem sucessores dos extintos Nexus da empresa do buscador. Nós os recomendamos por sua ampla política de atualizações e seu aplicativo de câmera, entre outros motivos, mas eles também se apresentam como o dispositivo perfeito para outro tipo de usuário: aqueles que participam do crime organizado.

A frase, tão contundente quanto surpreendente, é de um responsável pelo combate ao tráfico de drogas dos Mossos d'Esquadra na Catalunha, em declaração ao site DiariAra. A razão pela qual esses celulares se popularizaram entre as organizações criminosas é, curiosamente, uma de suas maiores virtudes para os entusiastas do Android: sua liberdade. Uma liberdade que, combinada com a instalação de um sistema operacional alternativo, o transforma em uma ferramenta de comunicação quase infalível.

Quando um Google Pixel é usado para fins criminosos

Segundo a polícia da Catalunha e especialistas em cibersegurança ao DiariAra, o Google Pixel é um dos dispositivos preferidos pelo crime organizado por um motivo chave: permite “instalar livremente qualquer sistema operacional”, conforme afirmou René Serral, especialista em cibersegurança do InLab FIB.

Esse sistema é uma ROM conhecida na cena Android: GrapheneOS. Esse é o software instalado pelas organizações criminosas, uma versão do Android focada na máxima privacidade que não exige as “Google Apps”. Ele fornece um sistema de comunicação criptografada, explorado pelas quadrilhas.

Além disso, esses celulares estão configurados para se apagarem completamente se o PIN for digitado errado várias vezes ou se houver uma tentativa de reset remoto. E, para completar, a polícia detectou que eles recorrem a lojas especializadas locais para que removam componentes como microfone, GPS e câmera.

De acordo com informações do ARA, as forças de segurança admitem que as escutas telefônicas tradicionais já não são eficazes para investigar essas quadrilhas. Agora, eles se comunicam exclusivamente por meio de aplicativos criptografados. Essa mudança de estratégia provocou uma escalada na batalha tecnológica entre a polícia e os criminosos.

A solução da polícia

E a solução da polícia foi um trojan. Diante da impossibilidade de quebrar a criptografia, eles infectam os celulares dos traficantes com software malicioso, mediante autorização judicial. Dessa forma, conseguem acesso total ao dispositivo: aplicativos, imagens, documentos e conversas. Evidentemente, o GrapheneOS não é capaz de se proteger (como qualquer Android) contra esse malware.

“Para perseguir o crime organizado, se não colocar trojans, você está morto”. É um método certamente polêmico, mas respaldado. A tática, questionada por alguns advogados por possível falta de limites na invasão da privacidade, tem um precedente em grande escala na Europa: o “caso Encrochat” de 2020, no qual a polícia francesa usou um trojan para realizar mais de 6.500 prisões e apreensões de toneladas de drogas por todo o continente.

Imagem | Pepu Ricca para Xataka Android e Wikimedia Commons

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.

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