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Maior grupo automotivo do mundo está saindo da China, depois de fracasso que acende alertas para outras marcas: aos chineses agora só interessam seus próprios modelos

Stellantis deixa o gigante asiático, seguindo os passos de Mitsubishi e Volkswagen

Stellantis deixa o gigante asiático / Imagem: Motorpasión
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Victor Bianchin

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Victor Bianchin

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Victor Bianchin é jornalista.

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A indústria automotiva na China está vivendo um momento crucial, pois o que antes parecia uma mina de ouro para as montadoras tradicionais está se tornando um verdadeiro pesadelo, acendendo o alerta em dezenas de fabricantes.

É o caso da Mitsubishi, que decidiu se retirar completamente do mercado automotivo chinês apesar de operar no país há mais de 20 anos. A queda nas vendas e uma transformação acelerada da indústria chinesa levaram a esse desfecho.

A história da Mitsubishi na China começou em 1998, quando firmou parceria com a Shenyang Aerospace Mit. Engine. Mfg. Ltd para fabricar motores para carros japoneses e veículos de outras marcas. Em 2012, assinou uma joint venture com a GAC, o que resultou em vendas anuais superiores a 144 mil unidades, principalmente do modelo Outlander.

Essa história é muito semelhante à da Stellantis, que, em número de marcas, é o maior grupo automotivo do mundo e que recentemente declarou falência dentro do mercado chinês, após uma queda incontrolável nas vendas. Curiosamente, o grupo automotivo global também tinha uma aliança com a GAC, mas isso não significa que a empresa chinesa seja a responsável pelo fracasso, já que Mitsubishi e Stellantis não são as únicas montadoras em apuros.

Recentemente, a Volkswagen anunciou o fechamento da fábrica de Nanjing, na China, que opera desde 2008 em parceria com a SAIC Motor e que foi usada principalmente para fabricar o Passat chinês e diversos modelos da Skoda, também ajustados ao gosto asiático.

A Porsche é outra fabricante que está enfrentando dificuldades na China, já que ficaram para trás os tempos em que dominava o segmento de carros esportivos e de luxo. Apenas nos primeiros meses do ano, suas vendas caíram 28%, principalmente devido ao aumento do número de concorrentes locais, que vêm oferecendo produtos muito atraentes, com boas capacidades e preços mais baixos — como é o caso do Xiaomi SU7.

Outras empresas conseguiram manter um crescimento marginal, como é o caso da Tesla, que cresceu apenas 0,8% em comparação ao ano anterior (na China). Mas isso não é exatamente uma boa notícia, já que a BYD, sua principal rival, registra um aumento anual de vendas próximo a 11%, enquanto a China já começa a instalar uma rede de carregadores super-rápidos, com velocidade de carregamento superior à da Tesla.

O crescimento da Xiaomi, da BYD e da Geely — que já possui o carro mais vendido da China — está, sem dúvida, colocando em xeque as operações daqueles que, um dia, foram os principais fabricantes. Por enquanto, essa situação se restringe à China, mas pode ser apenas uma questão de tempo até que os problemas se espalhem oficialmente para o resto do mundo.

Este texto foi traduzido/adaptado do site Motorpasión.

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