Se alguém dissesse que o drone mais rápido do planeta não saiu de um programa militar nem de um orçamento multimilionário, mas de um projeto pessoal quase caseiro, pareceria mentira. Mas é exatamente isso que acaba de acontecer. Um australiano construiu, essencialmente na base do conhecimento e da insistência, um drone capaz de atingir impressionantes 626 km/h — velocidade suficiente para deixar supercarros no retrovisor e constranger iniciativas que custam milhões.
O responsável pela façanha é Ben Biggs, engenheiro aeroespacial e veterano no mundo dos drones, com mais de 15 anos de experiência de voo. A ideia surgiu de forma quase despretensiosa: depois de assistir a um vídeo no YouTube mostrando o então drone mais rápido do mundo, Biggs teve aquela reação clássica de quem entende do assunto — “acho que consigo fazer melhor”.
Ele não estava blefando. Trabalhando há cinco anos na XM2, empresa especializada em drones para cinema (com participações em produções como John Wick 4), Biggs colocou em prática tudo o que sabia. O primeiro protótipo já alcançou cerca de 450 km/h, o suficiente para mostrar que o projeto tinha futuro. A partir daí, veio uma fase intensa de refinamento, com foco absoluto em aerodinâmica, peso e eficiência energética.
O resultado levou cerca de 18 meses para ficar pronto. O drone final pesa pouco menos de dois quilos, mede menos de 40 centímetros e abriga um sistema capaz de gerar picos de 16 kW de potência — algo absurdamente alto para um equipamento desse tamanho. A relação peso-potência é tão extrema que chega a ser cerca de dez vezes superior à de um carro de Fórmula 1.
No teste oficial do Guinness World Records, o drone atingiu 626 km/h (388 mph), garantindo o título de mais rápido do mundo. Em condições não oficiais, voando a favor do vento, Biggs afirma ter alcançado ainda mais: 655 km/h.
E o mais curioso é que, para ele, isso não é um ponto final. Com o recorde confirmado, Biggs já fala abertamente sobre novos projetos. Porque, pelo visto, quando alguém constrói o drone mais rápido do planeta na “garagem”, o próximo limite sempre parece tentador demais para ignorar.
Crédito de imagem: Ben Biggs
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