O tacaé-do-sul, uma ave nativa da Nova Zelândia que era considerada extinta, ressurguiu misteriosamente nas montanhas da Ilha do Sul. Durante boa parte do século 19, acreditava-se que o animal havia desaparecido da natureza. Mas, devido a programas de proteção ambiental, esses animais conseguiram se desenvolver e, agora, se expandem novamente pelo território.
Quem é o tacaé-do-sul?
O tacaé-do-sul é considerado o maior ralídeo (ave) vivo existente, podendo chegar a 63 centímetros de comprimento. É uma ave grande, de plumagem azul-violácea com tons de verde, bico forte e patas largas. Como não voa, essa ave depende de habitats isolados para sobreviver. O tacaé-do-sul se alimenta exclusivamente de vegetação rasteira e constrói ninhos no solo, o que torna a espécie vulnerável a predadores, como furões e gatos selvagens. Essa vulnerabilidade explica por que tantas aves semelhantes desapareceram. No caso do tacaé-do-sul, a inacessibilidade de certas áreas alpinas permitiu que pequenos grupos sobrevivessem escondidos até sua redescoberta.
O que aconteceu com o tacaé-do-sul?
Redescoberto em 1948, nas montanhas de Murchison, na Nova Zelândia, o tacaé-do-sul passou a ser o centro de um dos maiores projetos de preservação já realizados no país. Para cuidar da espécie, foram implementados programas de reprodução em cativeiro, criação de santuários protegidos de predadores e até translocação de aves para ilhas. Essas medidas começaram a dar certo, e por volta de em 2016, a população estava em torno de 300 indivíduos. Hoje, já passa de 500.
Recentemente, 18 aves da espécie foram soltas no Vale de Greenstone, em terras tradicionais da tribo Ngāi Tahu, do povo maori, reforçando a expansão da espécie em áreas onde não era vista há décadas. Além disso, trilheiros têm relatado encontros eventuais com a ave em regiões alpinas, como Queenstown e Rees Valley.
Ou seja, depois de mais de meio século dado como desaparecido, o pássaro ressurgiu nas montanhas da Ilha do Sul e hoje já soma mais de 500 animais vivendo livremente. Essa conquista é resultado do projeto de conservação a longo prazo, que uniu a ciência, o manejo de predadores e o envolvimento direto do povo maori, para quem a espécie é considerada um tesouro cultural.
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