Chocolate, café e vinho: mesmo que métodos de intervenção climática deixem o ar mais "frio", cientistas não garantem que estes alimentos continuarão disponíveis no mercado

As mudanças climáticas já estão afetando e podem afetar ainda mais a produção de  uvas para vinho, café e chocolate, itens adorados mundialmente por diversas pessoas, mas cientistas ainda alertam que mesmo que os países cumpram a meta de evitar que o mundo aqueça 1,5ºC ou então resfriar um pouco mais o planeta, a produção desses alimentos ainda serão afetados de forma drástica. 

Um novo estudo publicado na Environmental Research Letters, diz que até os métodos mais avançados de intervenção climática, como a injeção de aerossóis na atmosfera (SAI), não impediram que a produção de café, uva e chocolate sejam afetadas por questões climáticas. 

"Reduzir a temperatura apenas com o SAI não é suficiente", explicou o coautor Dr. Ariel Morrison. "Por exemplo, as espécies de cacau, embora mais tolerantes a altas temperaturas do que o café e a uva, são altamente suscetíveis a pragas e doenças causadas por uma combinação de altas temperaturas, chuvas e umidade. A variabilidade climática natural também não pode ser ignorada — ela leva a uma ampla gama de resultados sob o mesmo cenário de SAI, que podem afetar o sustento dos agricultores que cultivam cacau, café e uvas."

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Isso aumentaria o valor desses itens no mercado, que já são caros por questões de safra que não deram certo ou que não produziram do jeito certo, muito disso em decorrência das questões climáticas em certas regiões, como o café no Brasil.

Apesar de tudo, Morrison diz que o SAI poderia aliviar o calor em certas regiões, mas apenas temporariamente e não deveria ser considerado como algo duradouro.

"A intervenção climática da SAI pode oferecer alívio temporário do aumento das temperaturas em algumas regiões, mas não é uma solução garantida para os desafios enfrentados pelo cultivo de culturas de luxo. Estratégias de adaptação personalizadas às condições locais, investimento em práticas agrícolas resilientes e cooperação global são essenciais para salvar essas culturas e as comunidades que dependem delas", afirmou. 

Capa da matéria: Reprodução/Getty Images