"Temos mais de 4 milhões de organizações usando o GitHub": depois do Copilot, plataforma de programação aposta em um futuro com agentes de IA e liberdade para desenvolvedores

Em conversa com o Xataka Brasil, Simina Pasat detalha como o Agent HQ permitirá escolher modelos e agentes de IA entre empresas como OpenAI e Anthropic, dentro do próprio GitHub, com mais controle, velocidade e integração

Foto: Getty Images/SOPA Images/Colaborador
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Vinicius Braga

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Vinicius Braga trabalha há mais de 20 anos com conteúdo digital. Sempre foi um entusiasta da tecnologia e sempre acreditou que inovação não é só sobre máquinas ou códigos, mas sobre pessoas. No Xataka Brasil, usa suas experiências com mídia digital, dados e inteligência artificial para aproximar o público das grandes transformações do mundo tech e mostrar como o futuro já está acontecendo e pode ser acessado por todos.

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Depois de revolucionar o trabalho dos programadores com o Copilot, o GitHub agora aposta em um futuro ainda mais aberto em que humanos e agentes de IA trabalham lado a lado. Em entrevista exclusiva ao Xataka Brasil, Simina Pasat, vice-presidente de produto do GitHub, explicou como a companhia pretende consolidar essa nova fase: dando liberdade total aos desenvolvedores para escolher suas ferramentas e agentes de inteligência artificial. “Queremos encontrar os desenvolvedores onde eles estão e oferecer a eles a liberdade de usar as melhores ferramentas para o seu trabalho”.

Essa ideia de liberdade, que Simina também descreve como “developer choice”, está no centro da estratégia do GitHub. A empresa quer permitir que os usuários escolham não apenas o modelo de linguagem (LLM) que usam, mas também o próprio agente de IA no GitHub, seja ele desenvolvido pela OpenAI, a Anthropic ou de outra empresa. “Não se trata do que é melhor ou pior, mas do que faz mais sentido para cada empresa, time e fluxo de trabalho”, completou.

Durante o GitHub Universe 2025 a companhia apresentou o Agent HQ, um painel que centraliza o gerenciamento desses agentes inteligentes e permite que equipes empresariais controlem o acesso, a performance e a segurança de cada integração. A novidade simboliza um passo além do Copilot e foi tema da nossa cobertura publicada em “O futuro do Copilot do GitHub é um exército”, na qual mostramos como a empresa quer transformar o repositório mais popular do mundo no lar de agentes de IA corporativos.

Simina explica que o GitHub já trabalha com duas camadas de escolha: a do modelo de linguagem, que hoje pode variar conforme o caso de uso e a do agente que o executa. Essa flexibilidade, segundo ela, é o que garante produtividade real. “Se você escreve código mais rápido, também precisa testá-lo, revisá-lo e implantá-lo mais rápido. A IA ajuda em todas essas etapas”, diz.

Simina Pasat, vice presidente de produto do GitHub | Foto: GitHub Simina Pasat, vice presidente de produto do GitHub | Foto: GitHub

Essa transformação também passa por velocidade. A executiva conta que o tempo médio de integração de novos modelos no GitHub caiu drasticamente. “O que antes levava semanas, agora conseguimos fazer no mesmo dia em que o modelo é lançado pelo provedor”, revelou. Isso significa que, quando uma empresa como a OpenAI lança um novo LLM, ele pode estar disponível no GitHub quase imediatamente, pronto para ser testado e incorporado a fluxos de trabalho existentes.

Para conectar todo esse ecossistema, o GitHub vem apostando no Model Context Protocol (MCP), uma tecnologia que permite integrar ferramentas externas diretamente ao Copilot. “Por exemplo, se você é designer e usa o Figma, pode usar esse protocolo para trazer o contexto do Figma direto para o GitHub Copilot, sem precisar alternar entre janelas”, explicou. Essa integração, segundo ela, é essencial para ambientes corporativos que exigem rastreabilidade e controle. “Queremos que empresas e desenvolvedores decidam quando e onde trazer informações externas para dentro do GitHub”, completou.

Questionada sobre o equilíbrio entre ser uma plataforma aberta e manter um ecossistema seguro, Simina foi direta: “Temos mais de 4 milhões de organizações usando o GitHub, muitas delas em ambientes altamente regulados. Por isso, nossa prioridade é dar às empresas governança e limites claros de atuação para cada agente de IA”.

O Brasil também apareceu na conversa. A executiva destacou o crescimento acelerado da comunidade de desenvolvedores brasileiros, que hoje figura entre as maiores do mundo. “As barreiras de entrada estão diminuindo, e o onboarding está se tornando mais fácil graças à IA. O futuro é promissor”, afirmou.

Com essa nova fase, o GitHub quer não apenas impulsionar a produtividade, mas também democratizar o acesso à inteligência artificial dentro das empresas. A ideia é simples e ambiciosa: transformar o Copilot de um assistente de código em um orquestrador de agentes, e o GitHub em um centro de comando da era da IA.


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