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Meio-dia ou 6 da manhã? A lógica única do país onde o dia começa em horários diferentes do resto do mundo

Se você for para a Etiópia, é melhor conferir o horário duas vezes; entenda por que o dia começa com o nascer do sol

Relógio Etíope. Créditos: 	MagicBones/gettyimages
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Laura Vieira

Redatora
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Laura Vieira

Redatora

Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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Na Etiópia, o relógio não obedece o padrão do resto do planeta. A hora não nasce à meia-noite e o ano não vira em janeiro. Lá, o tempo corre de uma forma diferente, pois segue os princípios da luz, da fé e da história. Para quem chega de outro país, isso pode render boas histórias, mas também alguns contratempos. Afinal, quando alguém diz “duas horas”, isso pode significar seis da manhã. Ou seja: antes de marcar qualquer compromisso, cheque o relógio outra vez. A seguir, entenda como funciona essa forma singular de medir o dia e por que o calendário etíope também desafia o padrão mundial.

Entenda como funciona o horário na Etiópia

Diferentemente do resto do mundo, o horário na Etiópia flui de uma forma diferente. Isso porque o dia no país não começa meia-noite, mas ao amanhecer. Ou seja: eles se orientam em relação a partir da luminosidade do sol.  Como o amanhecer e anoitecer acontecem quase sempre no mesmo horário ao longo do ano, os etíopes decidiram organizar o tempo a partir do nascer do sol, não da meia-noite. Funciona assim:

  • Quando o sol nasce, por volta das 6h no padrão ocidental, os etíopes chamam esse momento de primeira hora do dia (0h);
  • A contagem segue até completar 12 horas, quando o sol se põe;
  • Depois disso, começa o ciclo noturno: mais 12 horas, novamente começando da “primeira hora da noite”;

Na prática, existe uma diferença de seis horas entre o horário local etíope e o sistema usado internacionalmente:

  • 7h da manhã do relógio internacional = 1h da manhã no relógio etíope
  • 19h (sete da noite) do relógio internacional = 1h da noite lá

Esse esquema pode parecer pouco prático e confuso no começo, mas faz total sentido pela cultura do país, onde a vida sempre foi organizada pela claridade e pelo planejamento agrícola. O amanhecer marca o início do trabalho, das orações e do movimento nas ruas, e o relógio acompanha esse ritmo.

O calendário Etíope funciona de forma diferente 

Não é só o relógio que segue uma lógica diferente do resto do mundo, o calendário etíope também vai além: ele tem 13 meses. São doze meses de 30 dias cada e um mês extra, chamado Pagumē, que dura cinco dias (ou seis, nos anos bissextos). Essa tradição segue o sistema copta, originário do antigo Egito e ligado à Igreja Ortodoxa Etíope. 

E as curiosidades e singularidades da Etiópia Etiópia não param por aí: o país também  vive no “passado”. Por causa de uma interpretação diferente sobre questões religiosas, o calendário etíope está sete a oito anos atrás do calendário gregoriano. Assim, enquanto o mundo todo vive no ano de 2025, a Etiópia ainda está no ano de 2017 ou 2018, dependendo do mês.

O ano-novo etíope, chamado Enkutatash, também não começa em janeiro. Ele é celebrado em 11 ou 12 de setembro, quando terminam as chuvas de verão e começam os dias claros da estação que marca renovação. Além disso, nessa época, a flor adey abeba desabrocha, e por isso é vista como símbolo da data, oferecida como sinal de bênção e boa sorte.


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