GitHub aposta na IA e transforma desenvolvedores em “builders”: o que muda no Brasil e no mundo

Com o avanço da IA generativa, a Microsoft e o GitHub descrevem a nova era do software: agentes inteligentes, colaboração humano-IA e o Brasil ganhando protagonismo nesse cenário

Foto: GitHub
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Vinicius Braga

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Vinicius Braga

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Vinicius Braga trabalha há mais de 20 anos com conteúdo digital. Sempre foi um entusiasta da tecnologia e sempre acreditou que inovação não é só sobre máquinas ou códigos, mas sobre pessoas. No Xataka Brasil, usa suas experiências com mídia digital, dados e inteligência artificial para aproximar o público das grandes transformações do mundo tech e mostrar como o futuro já está acontecendo e pode ser acessado por todos.

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O Brasil continua se destacando dentro da comunidade global de desenvolvedores. Segundo dados recentes, o país já reúne mais de 6,8 milhões de usuários no GitHub e cresce cerca de 28% ao ano. Se mantiver esse ritmo, deve entrar para o Top 3 global até o fim da década.

Durante uma coletiva no GitHub Universe, evento da plataforma o qual o Xataka Brasil está presencialmente, com Kyle Daigle (COO), Mario Rodriguez (CPO) e Jay Parikh, vice-presidente executivo da Microsoft, o GitHub apresentou uma visão otimista e ambiciosa sobre o futuro do desenvolvimento de software. A aposta da empresa é clara: a inteligência artificial vai transformar completamente a forma como o mundo cria tecnologia.

Os executivos afirmam que estamos em um momento histórico. Nos próximos 10 anos, o volume de software produzido será maior do que tudo o que já foi criado até hoje. A diferença está em como esse software será feito: com humanos e agentes de IA trabalhando lado a lado.

Mario contou o caso de uma equipe com menos de 10 engenheiros em início de carreira que concluiu um projeto planejado para 11 semanas em apenas cinco. O uso de agentes inteligentes reduziu tarefas repetitivas e deu mais tempo para o trabalho criativo. “É um novo modelo de colaboração”, resumiu o executivo.

Kyle Daigle, COO do GitHub | Foto: GitHub Kyle Daigle, COO do GitHub | Foto: GitHub

Kyle reforçou que o GitHub continuará baseado em um princípio que o tornou referência: a escolha é do desenvolvedor. Ferramentas, modelos e agora agentes de IA podem ser usados de forma aberta, sem restrições. Essa filosofia aparece no Agent HQ, novo hub que reúne e gerencia diferentes agentes de codificação em um só lugar. Segundo ele, essa liberdade faz parte do DNA do GitHub desde o início. “A ideia é permitir que cada pessoa use o que quiser  e que o ecossistema cresça a partir disso”, explicou.

O Copilot e o humano como protagonista

O nome Copilot não foi escolhido por acaso. O conceito nasceu para reforçar que o humano continua no centro. A IA não substitui o desenvolvedor. Ela é uma parceira que amplia a capacidade criativa e acelera a produção.

Esse movimento está fazendo a programação deixar de ser um território restrito. Hoje, profissionais de marketing, comunicação e design também criam automações e aplicativos usando o Copilot. O código se transforma em linguagem universal de expressão, e não mais em barreira técnica.

Mario Rodriguez, CPO do GitHub | Foto: GitHub Mario Rodriguez, CPO do GitHub | Foto: GitHub

Mario foi mais direto: “todo mundo pode ser um builder (criador)”. Com IA, basta ter uma ideia para começar a construir. Estudantes, profissionais de outras áreas e até equipes de comunicação dentro do próprio GitHub já estão desenvolvendo soluções internas. Para ele, o número de desenvolvedores não vai diminuir e sim crescer. O que muda é que mais pessoas poderão transformar ideias em produtos reais, desde startups e projetos pessoais até causas ambientais.

Desde que foi adquirida pela Microsoft em 2018, a plataforma mantém o mesmo propósito: acelerar o progresso humano por meio da colaboração. Kyle afirmou que o suporte da Microsoft trouxe infraestrutura e escala, mas sem alterar o DNA aberto do GitHub.

Demonstração das novidades do GitHub Universe | Foto: Vinícius Braga/Xataka Brasil Demonstração das novidades do GitHub Universe | Foto: Vinícius Braga/Xataka Brasil

O open source segue sendo tratado como um bem público global. Mesmo com desafios políticos e restrições regionais, a empresa afirma que continuará trabalhando com governos e comunidades para garantir que todos tenham acesso a ferramentas e possam contribuir com inovações.

A empresa também apresentou o Mission Control e o Visual Studio Online (VSO), duas peças-chave da nova arquitetura. O Mission Control funciona como um painel de controle que permite acompanhar o trabalho dos agentes e mudar a direção de um projeto em tempo real. O VSO integra o trabalho local com o ambiente na nuvem, criando um fluxo contínuo entre humano e IA.

Para o GitHub, essa combinação inaugura uma nova forma de programar, em que a interação entre pessoas e agentes acontece de forma natural. A empresa enxerga essa nova fase como o início de uma revolução criativa, em que a IA não substitui, mas potencializa o trabalho humano. A era dos builders (criadores) promete um desenvolvimento de software mais rápido, acessível e colaborativo, em que qualquer pessoa com uma ideia pode construir algo relevante. E, nesse cenário global em transformação, o Brasil surge não apenas como participante, mas como protagonista de uma geração que está redesenhando a forma como o mundo cria tecnologia.


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