A IBM foi uma das principais protagonistas das ondas de demissões em massa em todo o mundo há dois anos, e agora é novamente por causa da consequência dessa decisão: ter ainda mais funcionários.
As demissões
Em janeiro de 2023, a IBM entrou na era cinzenta do setor de tecnologia. O Google anunciou a saída de 12 mil funcionários, o X (antiga Twitter) demitiu 83% de sua força de trabalho na Espanha e o Spotify se despediu de 600 funcionários.
Do lado da IBM, as contratações foram completamente paralisadas e a demissão de 7,8 mil funcionários foi formalizada. A própria empresa explicou que preencheria as vagas com inteligência artificial, afirmando que pelo menos 30% de sua força de trabalho era substituível.
As consequências
A IBM falou sobre como poderia se livrar de funcionários substituindo-os por IA, mas não sobre as pessoas necessárias para fazer essa IA funcionar. Um dos CEOs da empresa de tecnologia, Arvind Krishna, relata ao WSJ que o número de funcionários aumentou após a onda de demissões.
"Embora tenhamos feito um enorme trabalho na IBM para alavancar IA e automação em determinados fluxos de trabalho corporativos, nosso total de funcionários aumentou, porque conseguimos obter mais capacidade de investimento para cobrir outras áreas", disse Krishna ao The Wall Street Journal.
A empresa demitiu funcionários para substituí-los por inteligência artificial, mas também aumentou a contratação de programadores e vendedores. Não foram divulgados números específicos sobre quantas contratações foram feitas e se elas realmente cobriram as 7,8 mil demissões.
Automação no comando
A IBM confia totalmente no AskHR há mais de três anos, uma solução de inteligência artificial que começou a tomar forma em 2021 e atualmente é usada para processos relacionados à gestão de recursos humanos (folha de pagamento, documentação de funcionários, gestão de férias).
A empresa afirma ter automatizado 94% das tarefas rotineiras de RH, alcançando melhorias produtivas no valor de 3,5 trilhões de dólares (R$ 19,9 tri) nos últimos anos em mais de 70 áreas de negócios. Essa economia significativa em recursos humanos, segundo a empresa, está permitindo que a empresa invista em outras áreas.
Uma empresa que prioriza a IA
No próprio site da IBM, detalhamos a posição oficial da empresa sobre IA. É digna de um episódio de Black Mirror, mas resume perfeitamente o estado da IA no mundo do trabalho.
À medida que o chatbot aprendia e se tornava mais inteligente, nosso NPS (Net Promoter Score) começou a aumentar. Adicionamos mais funcionalidades, além da capacidade de realizar transações. O AskHR evoluiu para um assistente digital que permitia aos gerentes transferir funcionários para outro gerente ou iniciar o processo de promoções trimestrais. Tudo era feito diretamente no AskHR com apenas alguns cliques.
Em 2024, o AskHR processou mais de 11,5 milhões de interações; 94% delas foram resolvidas dentro da plataforma. Isso significa que, de todas as perguntas feitas, apenas 6% precisaram ser encaminhadas para um parceiro especializado em RH fora do AskHR. O NPS atual é de +74, então já percorremos um longo caminho desde -35. Há quase 90 automações incorporadas ao AskHR, com mais a caminho. Graças a isso, os gerentes podem concluir transações de RH 75% mais rápido do que antes.
De acordo com a IBM, a automação de processos com IA permitiu que a empresa fosse mais rápida e eficiente, com necessidade mínima de derivar processos da equipe de RH. Uma das chaves está na evolução. do próprio assistente: eles o utilizam em testes desde 2017 e, em 2025, já estará substituindo humanos.
IBM não está sozinha.
Empresas que substituem funcionários por IA não foram um experimento de 2023. Já existem empresas que dispensaram 90% de seus departamentos de atendimento ao cliente por chatbots, garantindo que foi a decisão certa. O Duolingo começou 2025 com uma equipe de substituição, e algumas deram errado e acabaram procurando programadores no LinkedIn.
A IA e seu impacto no trabalho estão especialmente ligados à automação de processos. Relatórios como o "The Future of Jobs Report 2025", preparado pelo Fórum Econômico Mundial, preveem que, até 2030, a automação de processos destruirá cerca de 92 milhões de empregos.
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