Os criminosos modernos, imersos no mundo da tecnologia, já não precisam mais de máscaras ou armas para agir. Cada vez mais, os golpes estão acontecendo atrás de telas, no ambiente virtual. Pelo menos é isso o que afirma o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Para se ter uma ideia da gravidade do problema, em 2024, o Brasil registrou quatro estelionatos virtuais por minuto. Isso revela uma mudança radical nos perfis tradicionais de crime: enquanto roubos e homicídios caem, os golpes e fraudes digitais aumentam, o que expõem a fragilidade da população diante desse novo tipo de violência.
Mudança no perfil dos crimes: golpes online supera crimes tradicionais no Brasil
Nos últimos anos, os crimes digitais deixaram de ser exceção para se tornar rotina na sociedade. As estatísticas do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que as fraudes praticadas em ambientes virtuais já ultrapassam modalidades tradicionais de crime, como roubos e furtos. Em 2024, foram mais de 2,2 milhões de registros de estelionato digital, um número 50 vezes maior que o total de homicídios no mesmo período. A queda nos crimes “clássicos”, como roubos de celulares e assaltos em geral, reforça a ideia de que a criminalidade está migrando para o mundo virtual, onde as chances de punição são menores e as oportunidades de enganar vítimas são muito maiores.
Prevenção digital é a melhor forma de lidar contra os golpistas virtuais
Se antes a recomendação era “não reagir a um assalto”, hoje é fundamental investir tempo na educação digital. Isso porque a falta de preparo da população para casos como esse cria um terreno fértil para golpistas, que migraram para o ambiente virtual por ser uma alternativa mais rentável e menos perigosa no quesito exposição. Como consequência, as vítimas sofrem prejuízos financeiros e emocionais expressivos, que poderiam ser evitados com um pouco de conhecimento.
“O conhecimento e o preparo para identificar ameaças virtuais, tal como a sabedoria de como mitigá-las da melhor forma, são as melhores armas disponíveis para que a população consiga se proteger contra tais riscos e não cair em armadilhas”, afirma Priscila Meyer, CEO da Eskive e especialista em segurança da informação.
Ela destaca ainda que o processo de conscientização deve ser coletivo, ultrapassando o ambiente corporativo: “Quando as empresas investem em iniciativas para reduzir o risco humano e conscientizar seus colaboradores, eles naturalmente levam esse conhecimento para casa, se transformando em multiplicadores. O que é aplicado no trabalho passa a ser repassado para a família, amigos e círculo social do indivíduo, propagando assim uma cultura de bons hábitos de proteção digital pessoal”,
Por isso, é necessário buscar o conhecimento para se prevenir de crimes virtuais, todos eles, como o golpe da ligação muda e phishing. Especialistas recomendam que não clicar em links em e-mails de spam ou sites não confiáveis, desconfiar de ofertas tentadoras demais, não fornecer dados pessoais por meios não seguros e ativar a autenticação de dois fatores em todas as contas.
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