Hackers são capazes de causar grandes estragos na vida de pessoas, empresas e até países inteiros. No mês passado, a Anthropic detectou a presença de hackers que tentavam usar o seu sistema de IA para realizar uma operação criminosa que tinha por finalidade identificar e extorquir ao menos 17 empresas. O caso, divulgado em um Relatório de Inteligência de Ameaças, publicado pela Anthropic em agosto de 2025, destacou a preocupação de que a inteligência artificial está sendo cada vez mais utilizada em crimes cibernéticos.
Hacker tentou extorquir ao menos 17 empresas
A Anthropic, uma startup americana focada em desenvolver sistemas de inteligência artificial mais seguros e éticos, tem como principal produto o Claude, um chatbot que se destaca no mercado por oferecer interações mais seguras, éticas e transparentes. Porém, no último mês, a empresa passou por uma situação que tem sido cada vez mais comum: a incorporação de IA por hackers para práticas criminosas.
De acordo com o relatório divulgado pela empresa, foram citados alguns exemplos de uso indevido do chatbot para práticas criminosas. Um desses exemplos envolvia uma operação de extorsão de dados na tentativa de extorquir pelo menos 17 empresas, de áreas de saúde, serviços de emergência, além de instituições governamentais e religiosas. Mas como os hackers conseguiram essa proeza? O hacker se aproveitou da inteligência artificial do Claude para automatizar o crime.
Entenda como o ataque hacker foi realizado
O processo começou com o hacker utilizando a plataforma para identificar empresas que seriam mais vulneráveis a ataques cibernéticos. Assim, o chatbot acabou criando um software capcioso para roubar informações dessas empresas em questão, além de organizar e analisar arquivos hackeados para ajudar a definir o que poderia ser usado contra as empresas. Com essas informações, Claude ajudou a determinar uma quantia de bitcoins exigidas na extorsão, cobrando valores que às vezes passavam de 500 mil dólares.
Ou seja, o Claude ajudou o criminoso a tomar decisões estratégicas, como quais dados extrair da empresa, além da elaboração de pedidos de extorsão muito bem pensados e redigidos, com objetivo de receber o pagamento em troca de não publicar o material adquirido das empresas. Parece inacreditável, mas de acordo com especialistas, os criminosos estão aperfeiçoando suas táticas de crimes cibernéticos com auxílio da inteligência artificial, o que reforça a necessidade de fortalecer a segurança digital de empresas de tecnologia que utilizam IA em suas operações. Com ajuda da IA, os hackers conseguem escrever e-mails de phishing, criar códigos maliciosos e contornar filtros de segurança, tudo isso com intuito de tornar o golpe mais convincente e agilizar tentativas de invasão.
Anthropic baniu contas hackers e tomou medidas de segurança
Após a descoberta da operação criminosa cometida com o auxílio do seu chatbot, a Anthropic baniu as contas do seu sistema. Além disso, a empresa também desenvolveu um classificador personalizado, uma espécie de ferramenta de triagem automática, e um novo método de detecção de fraudes para interromper esse tipo de atividade criminosa. Além disso, a empresa também compartilhou com autoridades parâmetros técnicos sobre o ataque para prevenir casos como esse. De acordo com informações do NBC News, o chefe de inteligência de ameaças do Anthropic, Jacob Klein, acredita que a invasão tenha sido cometida por apenas um hacker fora dos Estados Unidos, mas essa informação ainda não foi confirmada.
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