Acaba de ser anunciado pela Opera, empresa de navegadores, o Opera Neon, novo browser totalmente orientado por inteligência artificial. A novidade é mais uma de uma série de avanços sendo feitos no quesito de navegação da Internet, uma das quais já havia sido aludida em uma prévia em evento que o Xataka Brasil esteve presente, em abril.
A Opera introduz agora este navegador com recursos controlados por IA, prometendo ir "além da navegação tradicional". A ideia é que o usuário inicie um fluxo conversando com uma IA, que então assume o controle do browser para realizar as tarefas, bem como propor sugestões e caminhos a serem seguidos.
"Vivemos um momento em que a inteligência artificial pode mudar fundamentalmente a forma como usamos a internet e realizamos tarefas no navegador. O Opera Neon coloca essa revolução na palma da mão dos nossos usuários”, afirma Henrik Lexow, diretor sênior de produto em IA da Opera. “Enxergamos o Neon como uma plataforma colaborativa para moldar, junto com nossa comunidade, o futuro da navegação orientada por IA".
O Opera Neon conta com uma ferramenta anteriormente apresentada como Browser Operator, com o qual é possível automatizar tarefas rotineiras na web, como preencher formulários, reservar hotéis e até fazer compras online. O navegador interpreta o conteúdo das páginas, interage com ele por conta própria e realiza essas ações localmente — o que, em tese, garante mais privacidade e segurança aos internautas.

O cérebro da IA da Opera promete funcionar em uma máquina virtual hospedada na nuvem, fora do navegador em si, o que permite que ela continue seu trabalho mesmo quando o internauta estiver offline. Com o Neon também será possível pedir para o navegador criar um jogo, um relatório, um trecho de código ou até mesmo um site completo — ele faz a pesquisa, desenha e constrói o que for necessário.
A 4ª guerra dos navegadores
A Opera afirma que estamos "à beira da chamada quarta guerra dos navegadores, e a nova fronteira será a Web 4o — uma rede de internet construída para interação entre humanos e agentes de IA. O design e a arquitetura de cada site ou sistema precisarão contar com uma nova camada: uma interface que permita a atuação direta de agentes de IA".
A Web 1.0 era estática, com conteúdo criado apenas por programadores, enquanto a Web 2.0 trouxe a geração de conteúdo pelos próprios usuários — como redes sociais e plataformas colaborativas. Depois veio a Web3, focada na descentralização, viabilizada por tecnologias como o blockchain.
"Agora, estamos entrando na era da Web 4o, marcada pela participação ativa da inteligência artificial", afirma a Opera. "E mais do que assistentes, os agentes de IA começam a operar de forma mais ativa, desempenhando tarefas, tomando decisões e interagindo com os sistemas digitais de maneira mais ampla — tudo com responsabilidade e dentro de novos limites éticos que começam a ser definidos".
Dentro desse panorama, a ideia da empresa norueguesa com o Opera Neon é oferecer três capacidades principais: a de conversar, no qual o assistente interage com o usuário e oferece respostas, sugestões e ajuda; a de agir, automatizando tarefas e realizando ações pelo usuário; e a de criar, com a possibilidade de criação de códigos, interfaces e sistemas.
É definitivamente um projeto ambicioso e que pode, de fato, sinalizar o início de uma nova era para a navegação na Internet como conhecemos hoje. A Opera não é a única se movimentando neste sentido — vimos muito recentemente ações do Google durante o evento I/O prometendo revolucionar a busca com seu agente de IA, a própria Meta também caminha a passos largos com seus desenvolvimentos de inteligência artificial, ao passo que cada vez mais nos aproximamos das realidades vistas em obras da ficção científica, para o bem ou para o mal.
Os entusiastas que desejam experimentar o Opera Neon precisam saber que o browser será oferecido por meio de uma assinatura premium, com uma lista de espera já aberta.
Imagens e vídeo | Opera
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