A história do Cybertruck na China está sendo uma montanha-russa. E a da Tesla, de forma geral, também. Recentemente, a Tesla decretou uma redução da jornada na Gigafábrica de Xangai, a maior do mundo, porque já não estava conseguindo vender seus carros tão facilmente como antes. Novos concorrentes, como BYD e Huawei, estão ganhando terreno, e a Xiaomi deve se aproximar em breve.
O Cybertruck poderia ser uma boa nova porta de entrada para o mercado chinês, mas a "caminhonete" da companhia só é vendida oficialmente, por enquanto, nos EUA, México e Canadá. No entanto, pode ser que, em breve, ela também percorra as ruas do gigante asiático, já que o Cybertruck acaba de receber a etiqueta de consumo de energia das autoridades chinesas, de acordo com o portal local CnEVPost.
Rumores e fofocas
A história tem reviravoltas. No final de 2024, surgiu o rumor de que a Tesla tentaria resolver os problemas de venda do Cybertruck lançando o veículo na China. Trata-se de um mercado promissor, mas foi a própria equipe chinesa da Tesla que negou essa possibilidade. Eles se pronunciaram publicamente para comentar que não tinham planos de vender o Cybertruck na China.
O Cybertruck aparece no site chinês da companhia, mas é o único carro que não oferece a opção de pedido. Mas pode ser que a Tesla esteja apenas esperando conseguir as autorizações necessárias. De acordo com o portal chinês CnEVPost, após a solicitação da Tesla ao Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China (MIIT), o Cybertruck obteve a etiqueta de consumo de energia.
Cautela
O próprio portal afirma que, embora a obtenção dessa homologação seja um ponto de partida interessante para a venda do Cybertruck na China, trata-se apenas de um dos vários trâmites que as empresas precisam gerenciar antes de lançar um veículo nesse mercado.
Além disso, outro portal chamado Yiche afirma que, agora, a Tesla está realizando melhorias estruturais no Cybertruck para atender aos requisitos de acesso ao mercado, como a proteção dos pedestres em caso de colisão. Esse é precisamente um dos motivos que afastou o veículo da Europa.
Não o chame de "caminhonete"
O órgão o classificou como um carro de passageiros M1 com uma autonomia de 618 quilômetros, três motores elétricos e potência máxima de 206, 222 e 222 kW. Além disso, consome 22,6 kWh a cada 100 quilômetros.
Não há mais informações a respeito, mas o que se sabe é que a Tesla não tem promovido o Cybertruck na China como uma caminhonete, mas sim como um crossover ou SUV. O motivo, como apontam no CnEVPost, é que, nos EUA, os carros do tipo picape são bem vistos, mas, na China, ocorre o oposto.
As caminhonetes são obrigadas a dirigir na faixa da direita, mais lenta, não podem ultrapassar os 100 km/h e, após 15 anos, devem ser sucateadas. Além disso, não podem entrar em algumas zonas urbanas.
Uma oportunidade: não é tão ocidental
É por isso que a Tesla tem como objetivo que o Cybertruck não entre na categoria de caminhonetes no mercado chinês e, além disso, é possível que um carro como esse tenha uma boa aceitação no mercado asiático. A China é um mercado complicado para os carros ocidentais, não tanto por funcionalidades, mas pelo design simples dos interiores dos modelos ocidentais, que quebram com a estética da nova onda de carros que saem das fábricas asiáticas.
É aí que a Tesla, com um interior minimalista no qual se encontram apenas telas, tem uma oportunidade de triunfar onde outros carros ocidentais encontram um obstáculo. Mas, evidentemente, o primeiro passo é conseguir entrar legalmente no país. Com a homologação de consumo, a empresa de Elon Musk está um passo mais perto de conseguir isso.
Além disso, se a Tesla conseguir vender o Cybertruck na China, esse mercado massivo poderia causar um grande impulso nas vendas do modelo. Claro, isso se o público aceitar bem um veículo tão imponente.
Imagem | Tesla
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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