Jeff Bezos revela o tipo de funcionário que nunca poderá ser substituído por IA: os inventores

Bezos lembrou algo que aprendeu com seu avô: a imaginação e a capacidade de inventar continuam sendo humanas e não podem ser aprendidas em nenhuma escola

Jeff Bezos / Imagem: Flickr (iafastro)
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Victor Bianchin

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Victor Bianchin

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Victor Bianchin é jornalista.

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Com processos de recrutamento saturados e a IA influenciando as habilidades que as empresas exigem, há uma aptidão que Jeff Bezos considera insubstituível: a capacidade de inventar.

O bilionário valoriza essa habilidade acima dos conhecimentos tradicionais ou da experiência. Bezos considera que a inventividade é vital para manter a criatividade e a inovação nas empresas modernas, afirmando que ele próprio a aplicou para levar a Amazon e a Blue Origin à posição em que se encontram hoje.

Em uma entrevista durante a conferência Italian Tech Week 2025, realizada em Turim, o bilionário comentou que seu avô era capaz de resolver qualquer problema em seu rancho no Texas sozinho, sem depender de ajuda externa. “Ele comprou um trator por cerca de 5 mil dólares porque estava completamente quebrado. Passamos todo um verão consertando. Para remover a transmissão, tivemos de construir nosso próprio guindaste. E, por isso, ele tinha uma incrível capacidade de adaptação. Ele acreditava que podia resolver qualquer problema. E eu o observava”, contou Bezos durante a entrevista.

“Ele fazia o trabalho de veterinário com o gado. Fabricava ele mesmo as agulhas. Pegava um pedacinho de arame, aquecia-o com um maçarico, achatava a golpes, afiava e fazia um pequeno furo. Algumas vacas até sobreviveram”, comentou com ironia. Essa habilidade de se adaptar e criar soluções práticas lhe ensinou o valor da inventividade para enfrentar dificuldades — lição que Bezos também aplicou em sua vida e na gestão da Amazon.

O “inventor” da Amazon

O próprio Bezos se define como inventor, afirmando que “essa é sua natureza fundamental. Coloque-me diante de um quadro branco e posso gerar cem ideias em meia hora”. O fundador da Amazon busca essas habilidades criativas nos membros de sua equipe.

Em uma entrevista de 2012 no Utah Technology Council, Bezos explicou que “quando entrevisto candidatos, peço que me deem um exemplo de algo que tenham inventado”. Obviamente, o bilionário não se referia a uma patente, mas a um processo, uma ideia ou uma solução para um problema existente, para o qual a pessoa tenha imaginado uma resposta. “É preciso selecionar pessoas que gostem de inventar, de pensar de forma inovadora”, concluiu o bilionário.

A inovação como antídoto contra o medo. Um dos seis medos que definiram a carreira de Jeff Bezos é o medo de garagens — não no sentido literal do lugar, mas no simbólico, associado à inovação que elas representam: a HP nasceu em uma garagem, assim como a Apple. “Tenho mais medo de dois garotos em uma garagem do que dos concorrentes que já conheço”, afirmou Bezos em uma entrevista.

A capacidade de inventar é uma alavanca para a inovação e a experimentação, um dos pilares da cultura empresarial que levou a Amazon ao ponto em que está hoje. “Alguém que chega à Amazon e não gosta de ser pioneiro, não gosta de explorar, não gosta de entrar em becos sem saída — que muitas vezes acabam mesmo sendo becos sem saída — vai sair logo”, disse Bezos na entrevista.

Em suas entrevistas de emprego, Bezos pergunta: “Como podemos fazer A e B? Que invenção precisamos criar para unir as duas coisas?”. Ou seja, ele valoriza candidatos que não enxergam as opções em preto e branco, mas que buscam novas formas de combinar e aprimorar processos para inovar.

Cada vez mais, diretores executivos e altos cargos de grandes empresas de tecnologia concordam que são as habilidades e as atitudes — e não o conhecimento — que farão os candidatos se destacarem na era da IA.

O atual CEO da Amazon, Andy Jassy, destacou que o conhecimento pode ser adquirido com o tempo, mas o que as empresas precisam nesta época de inovação constante são pessoas capazes de se adaptar a qualquer circunstância e aprender com isso. “A maior diferença entre as pessoas com quem comecei nas primeiras etapas da minha carreira e o que elas estão fazendo agora tem a ver com o quanto eram boas em aprender.” Segundo Jassy, a atitude e o talento para inovar precisam vir de fábrica.

Imagem | Flickr (iafastro)

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.


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