Hotel luxuoso abandonado na China se tornou cemitério de marcas como Rolls-Royce, Audi e até limusines

Um antigo hotel de elite virou cenário de fim do mundo, com dezenas de carros milionários apodrecendo no estacionamento 

Crédito de imagem: Reprodução/Exploring the Unbeaten Path
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João Paes

Redator
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João Paes

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Escreve sobre tecnologia, games e cultura pop há mais de 10 anos, tendo se interessado por tudo isso desde que abriu o primeiro computador (há muito mais de 10 anos). 

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Se existe um lugar perfeito para fazer uma exploração urbana digna de um filme pós-apocalíptico, ele provavelmente se parece muito com o que um YouTuber encontrou nos arredores do antigo Beijing Imperial Palace Hotel, em Macau. O gigantesco resort cinco estrelas, fechado às pressas em 2016, virou um museu involuntário — e perturbador — do luxo abandonado. Entre paredes mofadas e jardins esquecidos, o que mais chama atenção é o estacionamento: um verdadeiro cemitério de Rolls-Royce Phantoms, limusines e até vans extravagantes, todos deixados ali para apodrecer sob o sol.

As imagens, registradas pelo canal Exploring the Unbeaten Path, parecem até montagem. Um Rolls-Royce Phantom zero quilômetro pode beirar meio milhão de dólares — e há vários deles. Ao lado, um Hummer esticado, uma limusine Dodge Charger (algo que eu nem sabia que existia, confesso) e até conversões caseiras tão bizarras que fariam qualquer modder levantar a sobrancelha. Mas como tanta ostentação foi parar ali, parada no tempo?

A primeira teoria — que também é a mais chamativa — aponta para operações relacionadas ao Suncity Group Holdings, empresa envolvida em apostas VIP em Macau. Seu ex-CEO, Alvin Chau, hoje cumpre 18 anos de prisão por crimes ligados a jogos ilegais e outras acusações. O YouTuber sugere que os carros poderiam ter servido a esquemas de transporte para clientes “especiais”. No entanto, há explicações mais simples: hotéis de luxo na China costumam usar frotas de Rolls-Royce para transportar hóspedes, como faz o Peninsula Beijing, que ostenta seus Phantoms pintados em “Peninsula Green”.

E o extinto hotel The 13, em Hong Kong, levou essa tradição ao extremo: comprou 30 Rolls-Royce Phantoms de uma vez para atender hóspedes que pagavam diárias acima de US$ 100 mil. Deu errado, claro — a maioria dos carros acabou vendida em leilão para pagar dívidas. Luxo abandonado não é novidade por lá.

Mas o que transformou o Beijing Imperial Palace Hotel nesse cenário pós-apocalíptico não foi glamour, e sim burocracia. Em 2016, uma inspeção encontrou falhas graves de segurança: saídas bloqueadas, falta de extintores, reformas ilegais — a cartilha completa do que não fazer num hotel. O governo fechou o local às pressas, removendo cerca de mil hóspedes em menos de dois dias. Era para ser temporário, mas uma briga judicial entre os proprietários selou o destino do prédio e ele nunca mais reabriu.

Agora, com o governo retomando o controle do terreno, surge a dúvida: o que será daquele estacionamento lotado de carros milionários? Restaurar? Leiloar? Descartar? Ninguém faz ideia do que vai acontecer no futuro. O que dá para afirmar é que o hotel esquecido permanece como um retrato curioso e sombrio do que acontece quando luxo e caos se encontram.


Crédito de imagem: Reprodução/Exploring the Unbeaten Path 


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