Erro de inteligência artificial faz polícia confundir pacote de Doritos com arma em escola dos Estados Unidos

Falha em sistema de vigilância com inteligência artificial faz polícia abordar adolescente de forma truculenta 

Embalagem de Doritos aberta. Créditos: 	Justin Sullivan/GettyImages
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Laura Vieira

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Laura Vieira

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Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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As ferramentas que funcionam com inteligência artificial são sistemas projetados para executar tarefas que normalmente exigiriam inteligência humana. Por isso, muitas vezes, elas conseguem agir com mais rapidez e precisão do que nós. Mas nem sempre a IA é assertiva. Nos Estados Unidos, um episódio recente mostrou o que pode acontecer quando a tecnologia falha: um estudante do ensino médio foi abordado por policiais armados depois que o sistema de vigilância da escola confundiu um pacote de Doritos, um salgadinho industrializado, com uma arma de fogo. O acontecimento deixou o jovem traumatizado e levantou uma questão: os limites e os riscos do uso de inteligência artificial em escolas.

Estudante comendo salgadinhos é surpreendido por policiais armados

O caso aconteceu na Kenwood High School, em Baltimore, no estado de Maryland, nos Estados Unidos. O estudante Taki Allen, de 16 anos, estava sentado com amigos após o treino de futebol americano, comendo um pacote de Doritos, quando viu vários carros da polícia chegando ao local. Segundo o adolescente, os policiais se aproximaram com armas e ordenaram que ele se deitasse no chão. Sem entender o motivo, Allen foi algemado e revistado. Só depois soube que o sistema de detecção de armas da escola havia identificado o pacote de Doritos como uma pistola.

As imagens que geraram o alerta foram revisadas, e os policiais constataram que não havia nenhuma ameaça. Um dos agentes chegou a comentar que o sistema “não era dos melhores”. O estudante disse à imprensa americana que ficou assustado com o episódio e que agora evita sair do prédio escolar enquanto espera o transporte, com medo de ser novamente confundido.

Estados Unidos é o país com mais casos de atentados armados em escolas

O Estados Unidos é o país com o maior número de ataques armados em instituições de ensino. Segundo dados do World Population Review, o Estados Unidos lidera o ranking de países com mais tiroteios em escolas, com 288 incidentes entre 2009 e 2018. Isso levou muitas cidades a investir em câmeras, detectores e programas de vigilância.

No caso de Baltimore, o sistema utilizado, chamado Omnilert, foi projetado para identificar objetos que se assemelham a armas de fogo e acionar imediatamente as autoridades. O episódio, porém, deixou a população insegura em relação ao risco de confiar cegamente em dispositivos movidos por IA. 

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