Renault revive carro clássico dos anos 90 agora 100% elétrico e com preço acessível — pelo menos na Europa

A montadora francesa ressuscita um ícone urbano com visual retrô, proposta minimalista e preço que pode sacudir o mercado — mas não no Brasil

Crédito de imagem: Divulgação
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João Paes

Redator
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João Paes

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Escreve sobre tecnologia, games e cultura pop há mais de 10 anos, tendo se interessado por tudo isso desde que abriu o primeiro computador (há muito mais de 10 anos). 

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A Renault decidiu tirar do cofre um dos nomes mais carismáticos de sua história e, ao que tudo indica, fez isso com uma convicção quase cirúrgica. O novo Twingo E-Tech, totalmente elétrico, é a prova de que a nostalgia não só vende, como pode ditar o futuro dos compactos urbanos. A promessa era ousada: manter o design do conceito apresentado em 2023 quase intacto e entregar um carro abaixo dos 20 mil euros. Promessa feita, promessa cumprida.

O que salta aos olhos de cara é o charme absurdo do Twingo. Ele não tenta reinventar o original de 1992 — ele abraça aquele espírito por inteiro, mas traduzido para 2026. As formas arredondadas, o sorriso formado pelos faróis e as proporções curtinhas criam um visual que parece brincar com quem olha. A Renault descreve o carro como “ensolarado” e “travesso”, n aquele papo de propaganda, mas funciona. Em uma era de SUVs quase idênticos, o Twingo volta justamente para lembrar que carro urbano tem que ter personalidade.

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Apesar do apelo retrô, há modernidade de sobra: faróis e lanternas saltados da carroceria, detalhes aerodinâmicos discretos e aquele novo logo estilizado, que aparece em tudo, do painel às capas das rodas. Com 3,78 metros de comprimento e 1,49 m de altura, ele é ainda menor que um Mini — mas parece maior por dentro. A cabine preserva o clima divertido, com telas de 7 e 10 polegadas, muitos controles físicos (felizmente) e até um “jingle de boas-vindas” criado em parceria com Jean-Michel Jarre, veterano da música eletrônica.

Surpresas não faltam: bancos traseiros individuais que deslizam quase 18 cm, porta-malas modular, acabamento interno cheio de easter eggs e espaço suficiente para carregar objetos de até dois metros — isso em um carro urbano. A Renault até aproveitou partes da carroceria como elemento decorativo na porta, reforçando o clima de simplicidade inteligente.

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O powertrain propositalmente modesto deixa claro: este não é um elétrico para disputar números de 0 a 100. Com 82 cv, bateria LFP de 27,5 kWh e autonomia de 260 km (pelo ciclo europeu), o Twingo atende exatamente o que um motorista urbano precisa — nem mais, nem menos. Carrega de 10% a 80% em meia hora no carregamento rápido e ainda oferece recursos como vehicle-to-load e vehicle-to-grid, onde o veículo pode funcionar como um grande powerbank e também devolver energia à rede elétrica.

Soma-se a isso até 24 assistentes de condução pensados para cidade, estacionamento automático, alerta de ciclistas, piloto adaptativo com stop-and-go e mais. Tudo isso desenvolvido em apenas dois anos e com promessa de pegada de carbono 60% menor que a de um compacto a combustão.

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A Renault vê nele um “game-changer” para o segmento, hoje dominado por elétricos chineses. E, com preço inicial inferior a 20 mil euros, faz sentido: o Twingo pode recolocar vida no mercado europeu de minicompactos — se não como best-seller, ao menos como símbolo do que carros urbanos europeus deveriam ser. O Twingo E-Tech chega às concessionárias europeias no início de 2026.


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