O segundo semestre de 2025 virou praticamente um teste de estresse para o sistema financeiro brasileiro. Entre investidas hackers cada vez mais sofisticadas e um aumento constante nas tentativas de fraude, bancos, fintechs e até instituições menores se veem com a obrigação de colocar a segurança digital no centro da operação e não mais como um item secundário na lista de prioridades.
Segundo o Radar Febraban 2025, a escalada é clara: tentativas de fraude saltaram de 33% em setembro do ano passado para 38% em março deste ano. E o alerta não ficou só nos números. O Banco Central passou a emitir avisos sucessivos e, pressionado pelo avanço desses incidentes, anunciou medidas concretas para reforçar a blindagem do Sistema Financeiro Nacional.
O grande problema? O golpe não mira só servidores ou redes internas — mira pessoas. Tonimar Dal Aba, gerente técnico da ManageEngine, é direto ao apontar o fator humano como o calcanhar de Aquiles. Credenciais privilegiadas repassadas indevidamente e engenharia social continuam abrindo portas que nenhuma brecha de software conseguiria sozinha. “A pergunta não é mais se uma instituição será atacada, mas quando”, reforça.
Do lado do consumidor, a sensação é de cerco: clonagem de cartão (40%), golpes de WhatsApp (28%), centrais falsas pedindo dados (26%) e fraudes no Pix (16%) compõem uma paisagem de golpes que muda rápido e sempre a favor do criminoso. A resposta envolve desde autenticação forte e validação de QR codes até sistemas de acesso condicional que checam localização, horário e comportamento.
Com isso, o BC já limitou valores de TED e Pix em instituições não autorizadas e reforçou obrigações de segurança previstas em normas como a Resolução 4.893. Para as empresas, as armas vão de SIEM e monitoramento em tempo real a ferramentas de gerenciamento de acesso privilegiado (PAM).
Mas, no fim, reforçar a segurança virou uma constante. A época de só instalar o antivírus e dormir tranquilo já acabou. É preciso treinar equipes, revisar processos, testar bloqueios automáticos e adotar modelos como Zero Trust. Porque, como lembra Dal Aba, toda defesa é tão forte quanto seu elo mais frágil — e, na maioria das vezes, esse elo pode quebrar de maneira mais fácil do que deveria.
Crédito de imagem: Xataka Brasil via Perplexity.
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