Ela ajudou hackers da Coreia do Norte a se infiltrarem nos EUA em 2023 e agora, pode acabar na cadeia

Christina Chapman recebeu 150 mil euros por seus serviços e pode cumprir quase uma década de prisão

Influenciadora teria ajudado infiltrados a trabalharem em cargos remotos nos EUA / Imagem: 3D Juegos
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Poucos países contam com uma força de cibercriminosos tão poderosa quanto a da Coreia do Norte. Recentemente, foi noticiado que um grupo criminoso organizado do país asiático conseguiu encontrar um ponto cego na segurança dos Estados Unidos e, graças a isso, conseguiu atrair várias empresas de criptomoedas. Surpreendentemente, essa não é a única história desse tipo que conhecemos, nem será a última, pois os atos criminosos dos norte-coreanos tiveram mais uma ação recente.

Como aponta o TechSpot, a Coreia do Norte usou a opção de trabalho remoto para infiltrar trabalhadores disfarçados em empresas americanas. Graças a isso, esses infiltrados receberam milhões de euros em salários — algo que não teria sido possível sem Christina Chapman. Talvez esse nome não lhe seja familiar, mas Chapman (uma influenciadora do TikTok que mora em Minnesota) foi usada como fachada pelos norte-coreanos. Assim, através dela, eles puderam começar a trabalhar como supostos freelancers em território norte-americano.

O problema dos EUA com a Coreia do Norte

Surpreendentemente, não é a primeira vez que nos deparamos com uma “fazenda” de norte-coreanos operando nos Estados Unidos, já que Matthew Isaac Knoot tentou impulsionar um movimento similar há um ano. Na ocasião atual, como revela a publicação original, Chapman montou uma “fazenda de laptops” em sua casa — um local onde mais de 300 empresas operavam sem saber.

Para realizar essa ação, os hackers da Coreia do Norte utilizavam identidades roubadas de cidadãos americanos, uma série de informações que lhes permitia conseguir empregos e acessar sistemas empresariais.

Graças a essa fraude, a Coreia do Norte gerou R$ 97 milhões em salários, valor que, segundo as autoridades norte-americanas, foi destinado a financiar seu programa nuclear. Ao que parece, os métodos dos norte-coreanos são tão eficazes que rastreá-los é uma missão muito complicada, pois exploram os seguintes aspectos:

  • Software avançado para escapar da segurança empresarial
  • Ferramentas espiãs e backdoors digitais
  • Uso de IA generativa para alterar aparências em entrevistas
  • Contratação de americanos para passar nos controles de identidade

Ao utilizar todos esses recursos, os infiltrados podiam modificar sua aparência para superar os diferentes processos necessários para acessar certas empresas. Chapman, por sua vez, recebeu 150 mil euros como compensação pela ajuda, mas foi descoberta e presa em outubro de 2023. Assim, apesar de ter ocorrido há quase dois anos, a história só ganhou destaque agora por conta da possível condenação que Chapman enfrenta, já que a influenciadora pode pegar até nove anos de prisão.

No entanto, esse caso evidencia um padrão tão grande quanto repetitivo: os trabalhadores norte-coreanos conseguem se infiltrar no sistema dos Estados Unidos graças às brechas de segurança.

Imagem principal de 3DJuegos

Este texto foi traduzido/adaptado do site 3D Juegos.

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