O Google está reformulando seu mecanismo de pesquisa para se tornar mais ambicioso do que uma simples ferramenta de busca. Em vez de simplesmente exibir resultados, o objetivo agora é resolver tarefas completas do início ao fim. Pesquisar, comparar, decidir, preencher formulários e até mesmo pagar. Tudo isso sem que você precise fazer nada além de algumas perguntas. A mudança vem com o Modo IA, um recurso que o próprio Google diz representar "a mais poderosa experiência de pesquisa com IA" até o momento.
Até agora, as buscas no Google funcionavam como uma interface clássica: você digitava uma consulta e o mecanismo oferecia links relevantes (e visões gerais de IA em determinados casos). Com o Modo IA, o processo é outro. Por exemplo, se você digitar algo como “Encontre dois ingressos a preços acessíveis para o jogo dos Reds deste sábado na arquibancada inferior”, o sistema ativará uma técnica conhecida como fan-out query, lançando várias subconsultas simultâneas e analisando os resultados em tempo real. O objetivo? Apresentar a você uma lista de opções adaptadas exatamente ao que você solicitou. O exemplo é bem norte-americano, mas não deixa de ser um exemplo.
A pesquisa do Google está mudando (muito)
De acordo com a empresa, essa nova abordagem responde à demanda de usuários avançados que desejam uma experiência muito mais abrangente e personalizada. O Modo IA também pode modificar os critérios de pesquisa em tempo real, por exemplo, alterando o preço máximo ou solicitando assentos mais específicos.
Depois de selecionar o produto ou serviço desejado, o Modo IA também pode cuidar do processamento final: preencher formulários, completar as informações necessárias e fazer o pagamento por meio do Google Pay. Nos Estados Unidos, esse recurso começará com ingressos para eventos, reservas em restaurantes e consultas locais, e está sendo implementado em parceria com plataformas como Ticketmaster, StubHub, Resy e Vagaro.

É importante observar que, embora a implementação tenha começado, o acesso total está disponível apenas para usuários nos Estados Unidos, e muitos dos recursos permanecem em fase experimental no Google Labs. Fora do Labs, o Google indica que essas ferramentas serão inicialmente oferecidas a uma “porcentagem limitada” de usuários.

Além das compras, o Modo IA incorpora ferramentas avançadas, como o Deep Search, que permite uma pesquisa mais aprofundada, gerando centenas de consultas, cruzando informações e produzindo relatórios de nível especializado em questão de minutos, com citações. Ele também integra o Search Live, um recurso que permite a interação em tempo real com o mecanismo de pesquisa usando a câmera do celular para resolver instantaneamente consultas visuais. A capacidade de criar gráficos interativos personalizados a partir de conjuntos de dados complexos foi ampliada, inicialmente em áreas como esportes e finanças.
Paralelamente, o Google continua a expandir o AI Overviews, o sistema de resumo gerado por IA que apareceu pela primeira vez na conferência I/O 2024. Atualmente, ele está disponível em mais de 200 países e em mais de 40 idiomas, com suporte para novos idiomas como árabe, chinês e malaio.
O futuro da busca, pelo menos na visão do Google, está cada vez menos ligado ao conceito clássico de “digitar e pesquisar” e mais próximo de um assistente que entende o que você quer, age em seu nome e fornece resultados prontos para a tomada de decisões. Tudo isso sem perder de vista o fato de que, como eles prometem, o controle sempre permanecerá nas mãos do usuário.
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