Segundo um documento apresentado à SEC, a autoridade de mercado estadunidense, Satya Nadella teve sua remuneração anual aumentada em cerca de 22% em relação a 2024. Dos 96,5 milhões de dólares recebidos (R$ 518,6 milhões), aproximadamente 84 milhões (R$ 451 milhões) vêm de atribuições de ações, 9,5 milhões (R$ 51 milhões) de incentivos em dinheiro e 2,5 milhões (R$ 13,4 milhões) de salário fixo. Esse crescimento se explica pelo desempenho excepcional da Microsoft no exercício de 2025: uma receita global de 281,7 bilhões de dólares, alta de 15% em um ano.
O principal motor desse crescimento continua sendo o Azure, a divisão de nuvem do grupo, cujas receitas avançaram 34%, ultrapassando pela primeira vez a marca de 75 bilhões de dólares. A Microsoft destaca sua posição dominante na infraestrutura de computação dedicada à inteligência artificial: mais de 400 centros de dados distribuídos em 70 regiões e mais de dois gigawatts de capacidade adicionados para atender à demanda exponencial.
Na carta enviada aos acionistas, o executivo destacou os avanços realizados em diversos setores: o lançamento do processador quântico Majorana-1, a expansão das ferramentas Copilot, agora usadas por mais de 100 milhões de pessoas por mês, e a criação do Azure AI Foundry, uma plataforma de desenvolvimento de agentes inteligentes que atende mais de 70 mil clientes, incluindo 80% das empresas da Fortune 500. O comitê de remuneração do grupo justificou esse nível de bônus pela “posição de liderança” da Microsoft na revolução da IA e pelo “crescimento de longo prazo baseado em inovação e qualidade”.
E quanto às demissões?
Esses resultados recordes vêm acompanhados de uma série de planos de corte de pessoal de grande escala. Desde janeiro de 2025, a Microsoft eliminou mais de 15 mil empregos ao redor do mundo, cerca de 6% de seu quadro de funcionários. Os cortes afetaram a divisão de games, a cibersegurança e diversos níveis de gestão. Em julho, após o fechamento do exercício fiscal, mais 9 mil postos foram eliminados.
Em uma mensagem interna publicada no início do ano, Satya Nadella declarou estar “com o coração pesado” diante dessas decisões, ao mesmo tempo em que agradecia aos funcionários afetados por suas contribuições. Antigos responsáveis de recursos humanos da Microsoft, porém, lembram que um gesto simbólico sobre o salário do CEO não compensaria a economia gerada por tais reestruturações: segundo eles, eliminar 10 mil postos poupa cerca de um bilhão de dólares à empresa, muito mais do que a remuneração anual do CEO.
No meio do ano, a Microsoft chegou brevemente a se tornar a segunda empresa do mundo a ultrapassar 4 trilhões de dólares em capitalização, antes de voltar a ficar abaixo desse patamar no início do segundo semestre.
Este texto foi traduzido/adaptado do site JV Tech.
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