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Microsoft encerra trabalho remoto e impõe retorno ao escritório: “Não se trata de reduzir pessoal. Trata-se de trabalhar juntos”

A pressão pela corrida da IA levou a companhia a priorizar a presencialidade em sua cultura de trabalho. Seus funcionários voltarão ao escritório três dias por semana

Microsoft / Imagem: Unsplash (‪Salah Darwish, Israel Andrade)
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Victor Bianchin

Redator
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Victor Bianchin é jornalista.

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A Microsoft anunciou, por meio de um comunicado em seu blog, uma atualização importante em sua política de trabalho flexível, que exigirá que os funcionários retornem ao escritório pelo menos três dias por semana. O comunicado é assinado por Amy Coleman, vice-presidente executiva e diretora de recursos humanos da Microsoft, que afirma que o principal motivo dessa mudança não é incentivar demissões, mas otimizar a organização.

“É importante destacar que essa atualização não se trata de reduzir o pessoal. Trata-se de trabalhar juntos para atender às necessidades de nossos clientes”, enfatiza o texto.

A mudança será implementada de forma progressiva. Os primeiros a aplicá-la serão os funcionários da sede de Seattle que moram a menos de 80 quilômetros desse escritório. Esses funcionários começarão a ir três dias por semana ao escritório a partir do final de fevereiro de 2026.

Sem citar uma data específica, o retorno ao escritório será expandido para o restante dos escritórios nos EUA e, finalmente, aplicado às demais sedes internacionais da companhia.

Uma mudança de modelo

A Microsoft liderou a adoção do modelo de trabalho flexível, dando exemplo da versatilidade das ferramentas de trabalho remoto que ela própria produz. De fato, até poucos meses atrás, enquanto muitas empresas de tecnologia começavam a implementar suas políticas de retorno ao escritório, a Microsoft mantinha sua aposta na flexibilidade e no teletrabalho, assegurando que seus funcionários poderiam continuar trabalhando de casa desde que a produtividade não fosse afetada.

Da direção, destaca-se que as equipes que trabalham presencialmente “estão mais motivadas, mais empoderadas e alcançam melhores resultados” ao trabalharem juntas. A flexibilidade não desaparece, mas o tempo presencial se torna “intencional e impactante”, sendo uma parte fundamental da nova cultura de trabalho da Microsoft.

Em seu comunicado, Coleman ressalta que os funcionários que comprovarem deslocamentos “longos ou complexos”, que envolvam “vários meios de transporte”, estarão isentos de ir ao escritório e poderão continuar no trabalho remoto ou em um modelo menos restritivo. Da mesma forma, estarão também isentos desta nova política os cargos nos departamentos de vendas, gestão de contas, consultoria e marketing, pois “exigem flexibilidade para se reunir com clientes ou parceiros”.

Conforme destaca o The Verge, o comunicado também aponta que alguns funcionários poderão ultrapassar os três dias no escritório com modelos 100% presenciais. “Cada empresa fará o que melhor se adapta à sua equipe, o que significa que alguns grupos se desviarão de nossas expectativas gerais”, assegurou Coleman.

A pandemia de COVID-19 enviou os funcionários das grandes empresas de tecnologia para suas casas. Agora, a corrida pela hegemonia na área de IA e a urgência de rentabilizar os milionários investimentos que a companhia de Satya Nadella está fazendo nesse setor mudam o cenário.

Com essa mudança para um modelo de trabalho mais presencial, a Microsoft se alinha a outros gigantes de tecnologia, como Google, Amazon e Meta, que já adotaram esquemas semelhantes, exigindo que seus funcionários compareçam ao escritório entre três e cinco dias por semana.

Imagem | Unsplash (‪Salah Darwish, Israel Andrade)

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.


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