A Nvidia finalmente ganha concorrência: o Google começa a fabricar chips

As TPUs do Google representam uma ameaça singular ao domínio da NVIDIA no mercado de IA

TPUs do Google ameaçam NVIDIA / Imagens: World Economic Forum | Hilel Steinberg
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Victor Bianchin

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Victor Bianchin é jornalista.

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Na última terça-feira, 25/11, a Nvidia sofreu um tropeço na bolsa. As ações chegaram a cair 7% e depois recuperaram parte da queda. Enquanto isso, o Google subia cerca de 4%. Ambos os movimentos tiveram a mesma origem: o rumor de que a Meta está considerando usar os chips TPU do Google em seus data centers em 2027.

Nos últimos anos, a Nvidia tem dominado de forma absoluta o segmento de chips de IA. Suas GPUs aceleradoras fazem toda a diferença e, embora outros fabricantes tradicionais, como a AMD, tentem acompanhar, o domínio da empresa liderada por Jensen Huang permanece impressionante. Isso pode mudar — e a surpresa é que quem ameaça essa posição é o Google.

Um porta-voz do Google afirmou à CNBC que “o Google Cloud está registrando uma demanda crescente tanto por nossas TPUs personalizadas quanto pelas GPUs da Nvidia; estamos comprometidos em oferecer suporte às duas, como fazemos há anos”.

Mas eles vêm preparando o movimento há uma década. A empresa de Sundar Pichai trabalha no desenvolvimento das Tensor Processing Units desde 2015. A primeira versão foi lançada em 2018 para uso em seu negócio de computação em nuvem, mas, pouco a pouco, essas TPUs foram ganhando desempenho e, hoje, representam uma alternativa promissora para cargas de trabalho de IA — tanto para treinamento quanto, sobretudo, para inferência, como demonstra o projeto Ironwood.

O Google já fechou um acordo de financiamento circular com a Anthropic, fornecendo suas TPUs para os data centers que operam com seu modelo, Claude. Os rumores divulgados pelo site The Information sugerem que a Meta poderia fechar um acordo semelhante e usar esses chips em seus centros de dados. A diferença, claro, é a escala — a Meta opera em uma dimensão muito maior do que a Anthropic.

A Nvidia reage

Em uma publicação no X, a empresa afirma estar “entusiasmada com o sucesso do Google — eles estão avançando muito em IA, e continuaremos fornecendo GPUs ao Google”. Logo depois, porém, adota um tom mais firme, declarando que a “Nvidia está uma geração à frente da indústria”. É uma mensagem com duas camadas: ao mesmo tempo em que parabeniza, também marca território.

Mas a empresa já sabe o que vem pela frente. O CEO da Nvidia, Jensen Huang, já havia alertado, durante a conferência com investidores na apresentação dos resultados, sobre a situação atual: a rivalidade com as TPUs do Google está aumentando. Ainda assim, ele enfatizou que o Google continua sendo seu cliente e que o Gemini — que acaba de ser renovado com um impressionante Gemini 3 — pode rodar sobre a tecnologia da Nvidia.

Competição faz bem

Todas as grandes empresas de tecnologia tentam evitar depender da Nvidia e quase todas têm suas próprias apostas. Há a AMD, mas também Intel, Microsoft, Amazon e, claro, o próprio Google. Além delas, existem iniciativas como as de OpenAI, Broadcom e TSMC que, com suas XPUs, pretendem encerrar o reinado da Nvidia.

O desenvolvimento de chips próprios é promissor, mas, como a AMD bem sabe, a Nvidia ainda tem uma carta poderosa com o CUDA, a plataforma padrão para o desenvolvimento de soluções de IA na indústria. O efeito de rede criado por essa tecnologia será difícil de superar, embora o Google certamente tenha recursos para tentar.

Imagem | World Economic Forum | Hilel Steinberg

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.


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