A imagem que tínhamos dos dinossauros "pescoçudos" pode estar errada — e a prova veio de uma universidade brasileira

Pesquisa da Unesp indica que postura bípede era possível em diferentes espécies de saurópodes

Dinossauro saurópodes. Créditos: banco de imagens
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Laura Vieira

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Laura Vieira

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Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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Um estudo liderado por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) revelou que os saurópodes, dinossauros muito conhecidos pelo pescoço longo, tinham a capacidade de se erguer e se apoiar sobre as patas traseiras. A pesquisa, publicada na revista científica Paleontology, revela que a postura bípede era possível em todas as espécies analisadas, mas se tornava muito mais viável para os animais de menor porte.

Entenda como os cientistas chegaram a essa conclusão

Para investigar a hipótese, os cientistas envolvidos no estudo analisaram fósseis de sete espécies diferentes de saurópodes, grupo que inclui alguns dos maiores animais terrestres que já existiram. Utilizando tecnologia de escaneamento 3D e simulações digitais, eles conseguiram reproduzir como os ossos reagiam quando esses dinossauros tentavam se apoiar apenas nas patas traseiras.

Estudo revelou que dinossauros pequenos tinham mais facilidade em se manter de pé em duas patas

Os resultados das simulações mostraram que saurópodes de menor porte, como o Neuquensaurus, que media cerca de 6 metros, conseguiam se erguer com mais facilidade e manter a posição por mais tempo. Já os dinossauros gigantes, como o Dreadnoughtus, que podia chegar a 26 metros e pesar até 60 toneladas, sofriam muito mais pressão nos ossos da coxa, o que limitava esse tipo de movimento. Mesmo assim, os pesquisadores concluíram que todos os saurópodes teriam a capacidade de adotar a postura bípede em algumas situações específicas.

Descoberta proporciona avanço na compreensão da espécie

Além de inovadora, essa descoberta ajuda a compreender sobre o modo de vida desses animais, já que não existem descendentes diretos dos saurópodes atualmente. A pesquisa também mostra como novas tecnologias, como a análise por elementos finitos (FEA), podem ser aplicadas na paleontologia para investigar questões antes difíceis de testar.

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