Este homem usou um detector de metais para buscar o martelo de seu amigo, mas acabou encontrando um tesouro que vale uma fortuna

O maior tesouro de ouro e prata do final do período romano já descoberto na Grã-Bretanha

Tesouro Hoxne | Fonte: Fotógrafo Mike Peel (https://www.mikepeel.net/)
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Vika Rosa

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Vika Rosa

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, cobrindo os mais diversos temas. Apaixonada por ciência, tecnologia e games.


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Em novembro de 1992, o jardineiro aposentado e detectorista amador Eric Lawes saiu para um campo na vila de Hoxne, em Suffolk, Inglaterra, com uma missão muito específica: ajudar seu amigo, o fazendeiro Peter Whatling, a encontrar um martelo perdido.

O que ele não sabia era que aquele martelo o guiaria para a maior descoberta de sua vida e para um dos tesouros mais importantes da história britânica.

A descoberta no campo

Enquanto varria o campo com seu detector de metais, Lawes recebeu um sinal forte. Ele começou a cavar, esperando encontrar a ferramenta de ferro perdida. Em vez disso, o que surgiu da terra foram colheres de prata, joias de ouro e centenas de moedas de ouro e prata.

Percebendo que havia encontrado algo extraordinário, Lawes tomou a decisão que mudaria a história da arqueologia: ele parou de cavar imediatamente. Ele e Whatling não tentaram retirar mais nada; em vez disso, cobriram o buraco e notificaram imediatamente os proprietários de terras e a polícia.

A escavação profissional

A atitude exemplar de Lawes permitiu que, já no dia seguinte, uma equipe de arqueólogos da Unidade Arqueológica de Suffolk realizasse uma escavação de emergência no local. Como o tesouro estava intacto (in situ), os profissionais puderam escavar o material em um único dia, removendo blocos de terra para análise em laboratório e entendendo exatamente como os itens foram organizados.

O que eles encontraram foi o Tesouro de Hoxne (Hoxne Hoard): o maior tesouro de ouro e prata do final do período romano já descoberto na Grã-Bretanha.

O tesouro, que estava cuidadosamente acondicionado dentro de um baú de carvalho (que se deteriorou), continha:

  • 14.865 moedas romanas (569 de ouro, 14.272 de prata e 24 de bronze).
  • Aproximadamente 200 outros itens de prata e ouro.
  • Joias de ouro deslumbrantes, incluindo correntes corporais, colares e pulseiras.
  • Utensílios de mesa de prata, como colheres, conchas, tigelas e pimenteiros (incluindo o famoso pimenteiro "Imperatriz").

E, sim, em meio à fortuna romana, os arqueólogos também recuperaram o martelo perdido de Peter Whatling, que foi devidamente doado ao Museu Britânico junto com o tesouro.

Uma fortuna merecida

Por ter relatado a descoberta prontamente, permitindo seu estudo arqueológico completo, o tesouro foi declarado "Treasure Trove" (Tesouro Achado). Em 1993, o Comitê de Avaliação de Tesouros avaliou o Tesouro de Hoxne em £ 1,75 milhão (equivalente a cerca de £ 4,5 milhões ou mais de R$ 28 milhões hoje).

O valor total foi pago a Eric Lawes, que, em um gesto de amizade e justiça, dividiu a recompensa com o fazendeiro Peter Whatling. 

A descoberta teve um impacto tão grande que ajudou a mudar a lei inglesa sobre achados de tesouros, resultando no "Treasure Act 1996", que garante que o descobridor, o proprietário da terra e o inquilino compartilhem a recompensa.

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