“Zealândia”, também conhecido como “Te Riu-a-Māui” no idioma maori, foi reconhecido como continente pela primeira vez em 2017. Agora os cientistas já sabem como ele é, pois conseguiram cartografá-lo completamente pela primeira vez e obter informações sobre sua composição rochosa, atividade vulcânica e até suas características sedimentares. Tudo isso apesar de o continente estar praticamente submerso, com apenas 5% de sua superfície acima do nível do mar.
Essa não é a primeira pesquisa sobre o continente. Já se sabia, por exemplo, que ele tem uma superfície estimada em 4,9 milhões de quilômetros quadrados e que, em um período de 60 a 100 milhões de anos, Zealândia se esticou, se torceu e se afinou até se separar do supercontinente Gondwana. Isso foi descoberto graças a um estudo que, em 2017, cartografou a geologia de uma região do sul.
Um continente dividido por magma
Agora, essa nova pesquisa publicada na revista Tectonics se concentrou em mapear a região submarina do norte de Zealândia, localizada entre Nova Zelândia, Nova Caledônia e Austrália. Descobriu-se que a separação entre Zealândia e Gondwana foi impulsionada em grande parte por uma região vulcânica gigante, composta por rochas de lava magnéticas que se estendem justamente no limite entre as duas massas continentais.

Segundo Nick Mortimer, geólogo do Instituto de Ciências Geológicas e Nucleares Limitado (GNS Science) e autor principal do estudo, o magma derretido brotou de rachaduras e fissuras à medida que o continente se esticava e afinava como uma "massa de pizza", o que contribuiu para separar ambas as partes.
Esse magma é fundamental, pois, como indica Wanda Stratford, geofísica marinha do GNS Science, seu papel na desintegração do supercontinente havia sido subestimado até agora, apesar de essas lavas cobrirem uma área de 250.000 quilômetros quadrados ao longo de Zealândia, aproximadamente o tamanho da Nova Zelândia.
A coluna vertebral de Zealândia
Graças à análise de amostras de rochas coletadas do leito marinho próximo à Nova Caledônia, os cientistas puderam cartografar a “coluna vertebral” de granito, com entre 100 e 250 milhões de anos, que serpenteia pelo centro de Zealândia e que os geólogos denominam Batólito Central.

Conforme indica o comunicado, ainda há muito a ser explorado e descoberto. Os próximos passos incluem entender como e por que ocorreram os eventos geológicos que moldaram o continente. Além disso, compreender mais sobre a história de Zealândia permitirá obter informações essenciais sobre a evolução geológica do planeta.
Por exemplo, essa pesquisa pode fornecer contexto útil para estudos sobre riscos naturais, assim como para conhecer melhor os recursos naturais e o meio ambiente da Nova Zelândia.
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka México.
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