A explosão solar que quase destruiu a Terra: entenda o que foi o Evento Carrington e porque ele ainda preocupa

Entenda como a maior tempestade solar da história aconteceu e o que ela pode causar no planeta hoje

Explosão solar. Créditos:	aryos/GettyImages
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
laura-vieira

Laura Vieira

Redatora
laura-vieira

Laura Vieira

Redatora

Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

294 publicaciones de Laura Vieira

Você sabia que também existem tempestades no espaço? Diferentemente das chuvas que enxergamos aqui da Terra, as tempestades solares são explosões gigantescas de energia que o Sol libera quando a atividade magnética entra em erupção. Em 1859, uma dessas tempestades foi tão intensa que atingiu diretamente o planeta e quase parou o mundo. O acontecimento ficou conhecido como Evento Carrington, a maior tempestade solar já registrada pela humanidade, e até hoje traz preocupações pelo impacto que isso poderia causar caso voltasse a ocorrer. A seguir, você entende o que foi essa explosão solar, como ela afetou o planeta e por que tempestades como essa continuam a preocupar especislistas.

O Evento Carrington foi a maior tempestade solar já registrada na história

Como um fenômeno causado pelo Sol pode afetar o nosso planeta que fica a 150 milhões de quilômetros de distância? Era essa a dúvida que girava na cabeça dos cientistas quando ocorreu a maior tempestade solar no início de setembro de 1859. Naquele dia, o astrônomo britânico Richard Carrington observou através do seu telescópio um clarão na superfície solar, mas não imaginava que essa luz vinha da tempestade espacial.  O que ele viu era o resultado de uma erupção solar que lançou ao espaço uma ejeção de massa coronal (CME), uma espécie de “bolha” gigantesca de gás quente e altamente magnetizado, composta justamente por partículas carregadas que viajam pelo espaço a alta velocidade.

No momento em que a ejeção de massa coronal atingiu o planeta, os efeitos foram imediatos. O céu se iluminou com auroras visíveis até em regiões tropicais e os sistemas de telégrafo falharam. Foi aí que, pela primeira vez, os cientistas perceberam que o Sol poderia interferir diretamente no funcionamento de suas tecnologias.

Entenda como uma tempestade solar pode afetar a comunicação no planeta

Quando uma ejeção de massa coronal atinge a Terra, ela carrega uma onda de partículas eletricamente carregadas que acaba colidindo diretamente o campo magnético da terra, um “escudo” natural que envolve o planeta. Essas partículas comprimem e distorcem o campo magnético terrestre, gerando distúrbios que afetam os sistemas tecnológicos. Mas por que isso acontece?

Essa perturbação cria correntes elétricas indesejadas no solo e interfere diretamente na camada da atmosfera responsável por refletir e transmitir ondas de rádio. Dessa forma, as ondas não se propagam como deveriam, e é aí que surgem apagões de rádio e instabilidades nas comunicações, que podem variar de região para região dependendo da intensidade da tempestade e da posição da Terra no momento do impacto. A seguir, veja o impacto de uma intensa tempestade solar no planeta: 

  • Derrubar ou desestabilizar sinais de GPS;
  • Interferir em satélites de comunicação;
  • Prejudicar transmissões de rádio;
  • Provocar falhas em transformadores elétricos.

Em 1859, isso significou falhas no telégrafo. Atualmente, o mesmo tipo de interferência poderia causar apagões de grande escala, interrupções de internet e problemas que afetariam desde aviões até transações financeiras que dependem de satélites.

O que as erupções da mancha solar AR4274 indicam sobre o aumento do risco de tempestades fortes

A poucos dias atrás, entre os dias 9 e 10 de novembro de 2025, uma mancha solar gigantesca identificada como AR4274, produziu uma sequência de explosões tão fortes que 

causou instabilidade na comunicação em diferentes partes do planeta. A região era enorme e apresentava uma capacidade explosiva semelhante (ou até superior) à região ativa que originou o Evento Carrington. Ela lançou erupções de classe X, considerada uma das mais violentas existentes.

A diferença é que, desta vez, a Terra não estava exatamente na linha de impacto. As ejeções mais potentes passaram de lado, atingindo apenas parte do campo magnético terrestre e gerando uma tempestade geomagnética classificada como severa, mas não extrema. Ainda assim, houve registros de falhas temporárias em comunicações, como de satélites, GPS e operações aéreas e marítimas.

Inicio