Duas erupções solares de classe X1.8, considerado o tipo mais forte, foram registradas entre domingo (09/11) e segunda-feira (10/11) em direção a Terra, provocando apagões de rádio e instabilidade nas comunicações em diferentes partes do planeta. As explosões ocorreram na mancha solar AR4274, uma das regiões mais ativas do Sol, e lançaram ejeções de massa coronal (CMEs) em direção à Terra. Especialistas alertam que a atividade solar intensa pode continuar nos próximos dias, com risco de novas tempestades geomagnéticas e possíveis impactos em sistemas de comunicação e satélites.
O que causou explosões solares em direção à Terra?
A principal responsável pela explosão que “estremeceu” a Terra foi a mancha solar AR4274, uma região de intensa atividade magnética localizada próxima ao centro da face visível do Sol. Para se ter uma idéia, entre sábado (08/11) e segunda-feira (10/11), essa área produziu pelo menos 15 erupções diferentes, incluindo duas de classe X (as mais violentas), várias de classe M (médias) e outras de classe C (menores).
A primeira grande explosão, classificada como X1.8, ocorreu na madrugada de domingo (09/11). Pouco mais de 24 horas depois, a mesma região entrou novamente em erupção, com uma chama X1.2. Tanto uma quanto a outra foram acompanhadas por ejeções de massa coronal, que são grandes expulsões de plasma magnetizado que podem atingir o campo magnético da Terra, causando tempestades geomagnéticas.
Por que a explosão afetou a comunicação de algumas partes do mundo?
Você deve estar se perguntando: como é possível que uma explosão que aconteceu no espaço afete o sistema de comunicação da Terra? Acontece que as erupções solares liberam radiação intensa e partículas carregadas que interagem com a camada da atmosfera responsável por refletir ondas de rádio. Quando essas partículas atingem a Terra, podem causar apagões de rádio e interferências em sistemas de comunicação e navegação, como o de satélites, sistemas de GPS e operações aéreas e marítimas, exigindo ajustes em rotas.
No domingo, o primeiro evento provocou um apagão de nível R3 (forte) na escala da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), interrompendo transmissões de alta frequência por mais de uma hora, especialmente no Oceano Pacífico e no Índico. A segunda explosão, registrada na manhã de segunda-feira, também gerou um apagão R3, afetando comunicações marítimas e rotas aéreas sobre o sul da África, mas durou 30 minutos.
O que esperar dessas explosões nos próximos dias?
De acordo com especialistas, o campo magnético terrestre já apresenta sinais de instabilidade, o que aumenta o risco de novas tempestades geomagnéticas do nível G). A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica estima 65% de chance de novas erupções de classe M e 15% de chance de novas erupções de classe X à medida que a mancha solar AR4274 permanece voltada para a Terra. Atualmente, o Sol exibe cinco regiões ativas, sendo a AR4274 a mais complexa, o que aumenta o potencial de novas ejeções de massa coronal na direção terrestre.
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